As oito vagas de candidaturas majoritárias para 2026 – governador, vice, dois senadores e seus quatro suplentes – estão sendo disputadas centímetro a centímetro, segundo a segundo. Embora as conversas se concentrem no titular, o chefe do Executivo, chegar a dono da caneta depende dos companheiros de chapa. Entre os critérios para escolha estão partido, recursos financeiros, região, confiança e disposição para fazer campanha.
Em geral, o vice não significa muito – muitas vezes, nada. Mas a experiência mostra que ignorar essa posição pode ser um erro. Os três principais pré-candidatos ao Governo de Goiás – Daniel Vilela (MDB), Marconi Perillo (PSDB) e Wilder Morais (PL) – são vencedores em diversas áreas e têm histórico eleitoral robusto. Marconi ganhou sete eleições e perdeu apenas duas, ambas para senador. Daniel venceu três eleições, além da de vice de Caiado, sofrendo apenas a derrota de 2018 para governador. Wilder se elegeu senador em 2022, perdeu uma eleição de senador e outra de vice-prefeito, além de ter sido suplente de Demóstenes Torres em 2010, com a maior votação da história de Goiás: 2.158.812 votos.
Paulo do Vale e José Mário são parecidos, mas nem tanto
Apenas Daniel tem movimentações claras para vice. Os destaques são o ex-deputado federal José Mário Schreiner e o ex-prefeito e secretário municipal Paulo do Vale, ambos do Sudoeste de Goiás – José Mário de Mineiros e Paulo de Vale de Rio Verde – com atuação no setor agropecuário e base ligada ao caiadismo. José Mário é vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), enquanto Paulo amplia sua presença pelo Estado, chegando até o Norte, como Uruaçu.
Ambos são próximos do governador Ronaldo Caiado: Schreiner desde os anos 1980, quando fundaram uma entidade de produtores de soja, e Paulo desde 2009, quando atuou como secretário de Saúde em administração de Juraci Martins. Em Rio Verde, com apoio de Caiado, Paulo conquistou 40 mil votos em sua primeira disputa, posteriormente vencendo a eleição de prefeito e se reeleger.
O vice de Wilder Morais
Ainda não há definição sobre o vice de Wilder. Nas eleições municipais de 2022, o PL escolheu Fred Rodrigues como companheiro de chapa do prefeito eleito no primeiro turno, que acabou perdendo no segundo. Entre os nomes do PL, nenhum se destaca como perfil para vice. Candidatos que perderam eleições em cidades maiores, como Fred Rodrigues ou Lissauer Vieira, podem ser opções estratégicas, mas ainda sem definição.
O vice de Marconi Perillo
Nos quatro mandatos de Marconi, dois vices chegaram a substituí-lo: Alcides Rodrigues (1999-2006) e José Eliton (2011-2018). Para 2026, espera-se alguém que não o incomode, tarefa difícil diante da possibilidade de alianças com o PT. Deputados petistas de peso, como Adriana Accorsi e Rubens Otoni, confirmam a vontade de permanecer no Congresso, enquanto outros, como Edward Madureira e Delúbio Soares, não abririam mão de disputar vagas em Brasília. Isso reduz significativamente o leque de possíveis vice para o tucano.
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