A Rússia realizou, na madrugada deste domingo (25), o maior ataque aéreo contra a Ucrânia em semanas, atingindo a capital Kiev e mais de 20 regiões com 367 armas de ataque — 69 mísseis e 298 drones — segundo a Força Aérea ucraniana. A ofensiva ocorreu menos de 24 horas após os dois países concluírem a maior troca de prisioneiros desde o início da guerra, em 2022.
Ao menos 12 pessoas morreram em diferentes regiões da Ucrânia, entre elas crianças, e dezenas ficaram feridas. O número de vítimas pode aumentar com os trabalhos de resgate. De acordo com as autoridades ucranianas, 47 mísseis e 266 drones foram interceptados durante o ataque, que se estendeu da noite de sábado até as primeiras horas deste domingo.
“O maior ataque aéreo russo em muitas semanas durou a noite toda”, escreveu o vice-chanceler ucraniano Andrii Sybiha na rede social X. Sirenes de alerta soaram durante horas em Kiev, e moradores foram orientados a permanecer em abrigos. Prédios residenciais foram danificados em vários distritos.
A intensificação dos bombardeios ocorre num momento de crescente pressão internacional sobre Moscou para aceitar um cessar-fogo. Na semana passada, representantes de Rússia e Ucrânia se reuniram em Istambul com mediação internacional, mas sem avanços concretos. A troca de prisioneiros foi o único resultado prático da rodada.
Segundo o Ministério da Defesa russo, 303 militares de cada lado foram libertados neste domingo, completando o acordo anunciado dias antes. Outras 600 trocas ocorreram ao longo de sexta e sábado, totalizando 1.000 soldados por lado. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu publicamente aos envolvidos: “Grato à equipe que trabalhou 24 horas por dia para implementar com sucesso essa troca”.
Enquanto atacava a Ucrânia, a Rússia também informou ter sido alvo de ofensivas com drones. O Ministério da Defesa afirmou ter interceptado cerca de 100 drones ucranianos, a maioria nas regiões centrais e sul do país. Só nas regiões de Moscou e Tver, foram abatidos 13 UAVs. Outros alvos foram Belgorod, Bryansk, Kursk, Voronezh, Lipetsk e Tula. Três pessoas ficaram feridas na região de Tula, segundo autoridades locais.
Apesar dos ataques simultâneos e da retórica hostil, diplomatas afirmam que as trocas de prisioneiros podem sinalizar um canal de negociação aberto. A reunião de Istambul, no entanto, terminou sem consenso. A Ucrânia e seus aliados exigiram da Rússia um cessar-fogo imediato e incondicional, mas não houve resposta positiva por parte do Kremlin.