Durante a sessão plenária da Cúpula dos Líderes da COP30, realizada nesta quinta-feira (6), mais de 50 chefes de Estado e de governo apresentaram propostas para conter as mudanças climáticas e financiar a transição verde. O encontro, sediado em Belém, reuniu líderes de diferentes continentes em torno de um apelo por responsabilidade compartilhada.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que os países ainda não estiveram “à altura do desafio histórico imposto pela crise climática”. Ele destacou que é necessário ser “claro sobre como vamos cumprir as metas que até hoje foram estabelecidas” e defendeu a centralidade da ciência nas decisões políticas. Boric criticou diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por negar a existência do aquecimento global. “O presidente dos Estados Unidos disse na última Assembleia da ONU que a crise climática não existe, e isso é mentira”, afirmou.
O chileno também destacou que as líderes de nações historicamente mais industrializadas devem assumir maior responsabilidade. “Os países que, durante muitos anos, se beneficiaram de um desenvolvimento acelerado, contaminando de maneira impune o planeta, hoje em dia devem ser mais responsáveis do que os outros”, disse.
Líderes reforçam o papel das nações na crise clímatica
O vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang, pediu o fim das barreiras comerciais que dificultam a transição energética. Ele defendeu “fortalecer a colaboração internacional em tecnologia e indústria verdes” e promover o “livre fluxo de produtos verdes de qualidade”.
Príncipe William (Foto: Bruno Peres/ABr)
Representando a coroa britânica, o príncipe William afirmou que o momento exige “coragem, cooperação e um compromisso inabalável com o futuro do nosso planeta”. Ele lembrou que o encontro na Amazônia simboliza a urgência de ações concretas: “O caminho é desafiador, mas essencial para preservar o futuro do planeta”.
Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou os investimentos em combustíveis fósseis e alertou que o mundo falhou em conter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C e ainda reforçou aos líderes presentes que “podemos escolher liderar ou sermos levados à ruína”.










