O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira (24) que uma nova proposta preliminar negociada entre Kiev e Washington para encerrar a invasão russa não exige que o país renuncie formalmente à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo ele, a decisão sobre o ingresso cabe exclusivamente aos integrantes da aliança militar. “Cabe aos membros da Otan decidir se aceitam a Ucrânia ou não”, declarou.
Zelensky afirmou ainda que a sua posição já está definida. “Nossa escolha já foi feita. Nós nos afastamos das mudanças propostas à Constituição da Ucrânia que proibiriam o país de ingressar na Otan”, disse, ao comentar um plano anterior elaborado pelos Estados Unidos que previa um compromisso legal de Kiev de não aderir ao bloco.
Volodymyr Zelensky (Foto: Reprodução/ @ZelenskyyUa)
As declarações ocorrem após o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, afirmar na última sexta-feira (19) que os EUA não pretendem impor um acordo à Kiev. A fala foi feita durante negociações realizadas em Miami, com a presença de países europeus, que não resultaram em um cessar-fogo. No encontro, enviados do presidente Donald Trump defenderam um plano que ofereceria garantias de segurança à Ucrânia, mas também previa a cessão de parte do território.
Marco Rubio (Foto: Reprodução/ @SecRubio)
Rubio reforçou que Washington não pode obrigar nenhuma das partes a aceitar um acordo. “Toda essa narrativa de que estamos tentando impor algo é ridícula”, afirmou. “Não podemos obrigar a Ucrânia a chegar a um acordo. Não podemos obrigar a Rússia a chegar a um acordo. Eles têm que querer chegar a um acordo.”
Ucrânia segue sob ataque em meio às negociações
Enquanto as negociações seguem sem avanços, ataques russos continuam a atingir o país. Um bombardeio matou três pessoas e provocou apagões nesta segunda-feira (21). A ofensiva no Natal alcançou ao menos 13 regiões, deixou cidades às escuras em pleno inverno. Segundo o governo ucraniano, os ataques atingiram principalmente a infraestrutura energética.
Foto: Serviço Estadual de Emergência da Ucrânia
Zelensky afirmou que a Rússia lançou 30 mísseis e 650 drones e avaliou que os bombardeios indicam falta de disposição de Moscou para avançar nas negociações.







