A prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti não vai alterar os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes na Previdência. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), confirmou nesta sexta-feira (12) que o cronograma de oitivas está mantido. Assim, Antunes deve ser ouvido na próxima segunda (15) e Camisotti na quinta (18).
Os dois foram presos pela Polícia Federal em nova fase da operação que apura desvios em aposentadorias e pensões. A ação foi autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da prisão, a Advocacia do Senado prepara um pedido para que o STF libere a ida dos investigados ao colegiado. “O cronograma está mantido. Careca e Camisotti têm muitas explicações a nos dar”, disse Gaspar.
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No início de setembro, a CPMI já havia aprovado pedidos de prisão preventiva contra os dois e enviado ao Supremo. Para a cúpula da comissão, a decisão da Justiça representa uma vitória. “O STF aceitou nosso pedido e colocou na cadeia o ‘Careca do INSS’ e Camisotti. Eles estavam dilapidando patrimônio e escondendo dinheiro roubado da Previdência”, afirmou o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
De acordo com a Polícia Federal, Antunes teria recebido cerca de R$ 53 milhões de associações de aposentados e pensionistas. Empresas ligadas a ele funcionariam como intermediárias financeiras: seriam responsáveis por repassar recursos para servidores do INSS e pessoas ligadas ao esquema. Já Camisotti é apontado como sócio oculto de uma entidade beneficiada pelas fraudes. A comissão também avalia convocar o advogado Nelson Wilians, alvo da operação desta sexta.
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