A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada na última sexta-feira (22), revelou que o cenário para a disputa pelo Governo de Goiás em 2026 está em aberto. O levantamento mostrou que, na dianteira, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) estão próximos, enquanto o senador Wilder Morais (PL) e a deputada federal Adriana Accorsi (PT) ainda correm por fora.
No levantamento, Vilela aparece com 26% das intenções de voto, seguido por Marconi, com 22% — quase empatados pela margem de erro de 3 pontos percentuais. Mais distantes, Wilder e Accorsi pontuaram 10% e 8%, respectivamente.
Mais conhecidos
A avaliação do mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Lehninger Mota, é de que, no momento atual, a pouco mais de um ano para as eleições, “as pesquisas não retratam em quem as pessoas vão votar, e sim quem as pessoas mais conhecem”. Segundo o especialista, isso justifica a proximidade de Marconi com Vilela, apesar da rejeição do tucano.
Além disso, o entendimento de Lehninger é que, apesar de ser vice do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que possui um governo bem avaliado, Vilela tem dificuldade em transmitir uma imagem de que está apto a dar continuidade ao governo Caiado. “O governador tem uma boa avaliação, mas ela não é transmitida naturalmente para o Daniel”, alegou o cientista.
Para o doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB), Pedro Pietrafesa, o emedebista não conseguiu criar a “marca de candidato” que irá levar adiante o “projeto político de Caiado”. “Isso faz com que o seu nome neste momento, que ainda não existe essa mobilização tão forte em torno das eleições, não seja lembrado pelos eleitores goianos para o Governo do Estado”, destacou Pietrafesa.
A respeito da situação de Marconi, Lehninger enfatizou que, apesar de ser conhecido pelo eleitorado goiano, o ex-governador também enfrenta uma forte rejeição de parte dos goianienses. “Marconi tem uma dificuldade. Vão pegar tudo que tem contra ele e reviver o que já aconteceu para tentar fomentar o desgaste para que ele continue com a rejeição”, avaliou o cientista.
Entretanto, as gestões bem avaliadas do tucano frente ao Executivo estadual não foram esquecidas pelos eleitores. É como avalia Pietrafesa. O cientista político disse que, “apesar de todas as questões relacionadas à figura política dele nos últimos anos, o ex-governador ainda é forte no imaginário de uma boa parte da população goiana”.
Resgatar os feitos do PSDB nos 20 anos que comandou o Estado, na tentativa dessa estratégia ser o antídoto ao desgaste político que sofre, tende a ser a estratégia de Perillo.
Wilder com potencial de crescimento
Mesmo com Wilder distante de Vilela e Marconi na pesquisa Quaest, Mota destacou que o senador, que deve ser o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o governo goiano, ainda é desconhecido e possui um “grande potencial de crescimento”. “Ele é do PL e nós vivemos em um Estado em que o eleitorado é majoritariamente de direita”, pontuou.
Já Pietrafesa ressaltou que é possível acontecer com Wilder em 2026 o que ocorreu com Fred Rodrigues (PL) na disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2024. O ex-candidato ao Paço Municipal cresceu nas pesquisas de intenção de voto só na reta final da disputa e liderou na quantidade de votos no 1º turno.
Porém, o cientista político lembra que, mesmo que a associação a Bolsonaro ainda seja possível, com o imbróglio do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), é provável que Wilder não conte com Bolsonaro ao seu lado no palanque na corrida estadual. (Especial para O HOJE)
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