O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou na quinta-feira (26) que a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de elevar os gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países-membros até 2035 não deve representar um impacto relevante para a segurança russa. Segundo ele, “não creio que será significativo”, ao comentar a medida durante evento com jornalistas, em Moscou.
O novo plano da Otan foi anunciado na véspera, após cúpula em Bruxelas, com justificativa de fortalecer a resiliência militar e civil do bloco diante da “ameaça de longo prazo” representada pela Rússia, especialmente após a invasão da Ucrânia em 2022. Lavrov, no entanto, tratou a iniciativa como exagerada e alegou que Moscou atua conforme os princípios da Carta da ONU.
A meta prevê que os 32 países da aliança passem dos atuais 2% para 5% do PIB, sendo 3,5% para fins estritamente militares e 1,5% para áreas como inovação, infraestrutura e proteção de fronteiras. A declaração conjunta dos membros também inclui as contribuições diretas à defesa da Ucrânia neste percentual.
O chanceler russo classificou a nova diretriz como parte de uma narrativa ocidental. “Sabemos quais objetivos buscamos, não os escondemos, os declaramos abertamente, eles são absolutamente legais”, disse. O Kremlin destinou mais de 40% do orçamento de 2025 para gastos com defesa e segurança.
Em declaração paralela, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, reforçou o discurso de que a aliança militar usa uma ameaça imaginária para justificar o aumento nos investimentos. Ele afirma que é uma técnica para extorquir dinheiro de seus contribuintes, “Não há fundamento para tais declarações”, criticou, acusando os países ocidentais de manter a guerra por meio do financiamento à Ucrânia.
A decisão da Otan foi adotada sob forte pressão dos Estados Unidos. Segundo o documento final da cúpula, os percentuais serão reavaliados em 2029. A Rússia, por sua vez, segue defendendo que os objetivos da operação na Ucrânia não representam ameaça à segurança europeia.
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