A Liga dos Países Árabes condenou pela primeira vez o ataque de 7 de outubro de 2023, reivindicado pelo Hamas, e defendeu que o grupo se desarme e transfira o controle da Faixa de Gaza à Autoridade Palestina. A declaração inédita faz parte de um posicionamento conjunto divulgado durante a Conferência Internacional da ONU, que contou com o apoio de 22 países árabes, da União Europeia e de outras 17 nações.
O documento classifica a Solução de Dois Estados como o único caminho viável para a paz e cobra o fim imediato da guerra entre Israel e Hamas. Entre os principais pontos, estão o desarmamento do grupo palestino, a entrega de reféns, a retirada das forças israelenses de Gaza e a reorganização do território sob comando da Autoridade Palestina, com apoio internacional.
A Liga Árabe, historicamente alinhada à causa palestina, endureceu o discurso ao afirmar que “a governança, aplicação da lei e segurança em todos os territórios palestinos devem estar exclusivamente sob responsabilidade da Autoridade Palestina”. A declaração também rejeita a militarização do futuro Estado palestino e prevê a realização de eleições democráticas em até um ano.
O Hamas reagiu com firmeza ao comunicado. Em nota publicada na quinta-feira (31/7), o grupo afirmou que não abrirá mão da “resistência” enquanto durar “a ocupação” e defendeu o direito de lutar por um Estado palestino com Jerusalém como capital.
O documento da conferência também detalha propostas para unificação de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental sob um governo palestino soberano, como previsto em resoluções da ONU.
Israel, por sua vez, mantém oposição à Solução de Dois Estados. Em 7 de julho, ao lado de Donald Trump, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a criação de um Estado palestino representaria uma ameaça existencial a Israel.
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