A divulgação de uma nova remessa de documentos ligados ao caso Jeffrey Epstein reacendeu tensões políticas nos Estados Unidos. Nesta terça-feira (23), o Departamento de Justiça dos EUA reagiu publicamente ao conteúdo dos arquivos e afirmou que há “acusações falsas e sensacionalistas” contra Donald Trump nos materiais.
Segundo o órgão, essas alegações foram enviadas ao FBI pouco antes das eleições de 2020 e não têm fundamento. “Alguns desses documentos contêm afirmações falsas e sensacionalistas feitas contra o presidente Trump que foram enviadas ao FBI pouco antes das eleições de 2020. Para deixar claro: essas alegações são infundadas e falsas e, se tivessem qualquer credibilidade, certamente já teriam sido usadas contra o presidente Trump”, disse o órgão em comunicado.
Caso Jeffrey Epstein
A nova remessa reúne mais de 30 mil documentos, o conjunto inclui fotos, áudios, registros judiciais, documentos do FBI e centenas de vídeos. Entre os materiais estão imagens de vigilância registradas em agosto de 2019, período em que Jeffrey Epstein foi encontrado morto em sua cela.
A publicação ocorre dias após uma leva de arquivos, divulgada na sexta-feira (19), que revelou fotos de celebridades e um grande volume de páginas com trechos censurados. O prazo para a divulgação completa dos documentos expirou na última sexta-feira, o que levou o Departamento de Justiça a ser acusado de reter informações. Parlamentares democratas criticaram a lentidão do processo e a extensão das tarjas aplicadas a parte dos arquivos.
Jeffrey Epstein, bilionário que circulava entre políticos e figuras públicas, foi condenado por abusar de menores e comandar uma rede de exploração sexual. Durante as investigações e o processo envolvendo também sua cúmplice e ex-namorada Ghislaine Maxwell, procuradores federais reuniram milhões de documentos. Os chamados “Arquivos de Epstein” somam mais de 300 gigabytes de dados armazenados no sistema do FBI.
Trump lamenta por arquivos “arruinarem a reputação de alguém”
As divulgações mais recentes expuseram imagens de Epstein ao lado de celebridades como Michael Jackson, Mick Jagger e o ex-presidente Bill Clinton. Na segunda-feira (22), Trump comentou o impacto da publicação dessas fotos e disse lamentar o que chamou de prejuízo à reputação de pessoas que, segundo ele, não tinham relação com os crimes investigados.
Foto: Divulgação/ Departamento de Justiça dos EUA
Segundo o norte-americano “muita gente está furiosa com a divulgação de fotos de outras pessoas que não tinham absolutamente nada a ver com Epstein. Mas elas aparecem em fotos com ele porque ele estava em uma festa, e vocês arruinaram a reputação de alguém”. O presidente também afirmou que a continuidade da divulgação teria como objetivo “desviar a atenção de um enorme sucesso”.
Foto: Divulgação/ Departamento de Justiça dos EUA
Trump declarou ainda que “detestou” ver tantas imagens de Bill Clinton no lote publicado na sexta-feira. “Acho que Bill Clinton é um adulto. Ele sabe lidar com isso”, disse. Questionado sobre as fotos em que aparece ao lado de Epstein, Trump minimizou a relação e afirmou que se tratava de uma conexão social antiga.
Clinton exige que Trump divulgue materiais que se relacionem ao ex-líder
No mesmo dia, Clinton reagiu às divulgações e pediu que Trump determine a liberação imediata de todos os documentos que façam referência a ele. “Não precisamos de tal proteção. Portanto, solicitamos ao presidente Trump que instrua a procuradora-geral Bondi a divulgar imediatamente quaisquer materiais restantes que façam referência a, mencionem ou contenham uma fotografia de Bill Clinton”, diz o comunicado divulgado.
Foto: Divulgação/ Departamento de Justiça dos EUA
Os arquivos vêm sendo tornados públicos com base em uma lei bipartidária aprovada pelo Congresso, que determinou a divulgação dos documentos relacionados ao caso Epstein.








