O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira (1º) que Israel aceitou os termos necessários para uma nova trégua de 60 dias na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito em uma publicação na rede Truth Social, onde o chefe de Estado disse que o acordo será mediado por Egito e Qatar, países envolvidos nas negociações.
Segundo Trump, os dois governos apresentarão o que chamou de “proposta final” ao grupo palestino Hamas. “Israel concordou com as condições necessárias para finalizar o cessar-fogo de 60 dias, durante o qual trabalharemos com todas as partes para pôr fim à guerra”, escreveu. Na mesma publicação, o presidente acrescentou: “Os catarianos e egípcios, que trabalham arduamente para ajudar a trazer a paz, apresentarão essa proposta final. Espero, para o bem do Oriente Médio, que o Hamas aceite este acordo, porque a situação não vai melhorar — SÓ VAI PIORAR. Agradeço a atenção dispensada a este assunto!”.
Até agora, não foram divulgadas as condições exatas aceitas por Israel, nem há confirmações de que o Hamas concordará com os termos, a proposta já foi apresentada pelo Qatar, e ainda estão analisando o documento. A iniciativa foi divulgada dias antes de uma reunião marcada entre Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, agendada para a próxima segunda-feira (7), em Washington. Trump disse que espera que o encontro avance em direção ao fim das hostilidades. “Ele quer. Posso dizer que ele quer. Acho que chegaremos a um acordo na próxima semana”, escreveu. Em declarações anteriores, o presidente afirmou que será “muito firme” na reunião.
As conversas ocorrem em meio à continuidade das ações militares. Ataques israelenses foram registrados recentemente no norte de Gaza. Um deles atingiu uma cafeteria em uma área costeira, deixando 33 mortos, segundo autoridades locais. Também foram emitidas novas ordens de evacuação. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, indicam que 56.647 pessoas morreram no território desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023. A guerra começou após um ataque do Hamas que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel.
Integrantes do governo israelense também se pronunciaram sobre a possibilidade de acordo. Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores, declarou que há apoio interno para um entendimento que leve à libertação dos reféns ainda mantidos em Gaza. “Se houver uma oportunidade para isso, não podemos perdê-la!”, escreveu em publicação na rede X. Estima-se que 50 pessoas continuem sob custódia do Hamas, e aproximadamente 20 delas estariam vivas.
O anúncio de um novo cessar-fogo acontece meses depois de uma tentativa anterior, firmada em janeiro de 2025, que não foi adiante. Na época, o plano previa três fases: interrupção dos ataques, troca de reféns e presos palestinos, e retirada das tropas israelenses da região. A iniciativa parou ainda na primeira etapa. Em março, as forças armadas de Israel voltaram a bombardear Gaza. “Ataques preventivos… baseados na prontidão do Hamas em executar ataques terroristas, aumentar a força e se rearmar”, justificou o exército, em nota oficial.
A proposta divulgada por Trump ainda depende da resposta do grupo palestino. Enquanto isso, as operações militares continuam.
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