O subsecretário do Departamento de Estado americano, Christopher Landau, acusou o ministro Alexandre de Moraes de comprometer as relações entre Brasil e Estados Unidos. Em postagem no X nesta quarta-feira (17), afirmou que os “Estados Unidos continuam a esperar que o Brasil contenha o descontrolado ministro do STF Moraes antes que ele destrua completamente a relação que nossos grandes países desfrutam há mais de dois séculos”.
A manifestação foi uma resposta ao pedido de prisão expedido por Moraes contra Flávia Magalhães, brasileira que vive na Flórida e possui cidadania americana. “Em vez de buscar uma solução para resolver a crise, o Brasil está permitindo que esse violador de direitos humanos, já sancionado, dobre a aposta em seu abuso do processo judicial para perseguir uma agenda descaradamente política. Os Estados Unidos não permitirão que Moraes estenda seu regime de censura ao nosso território”, escreveu Landau.
O caso de Flávia foi reportado na revista Newsweek, na terça-feira (16). Segundo a reportagem, o processo contra ela menciona postagens que ela fez contra o judiciário brasileiro a partir de 2022, quando ela já estava na Flórida. Ainda segundo a revista, o pedido de prisão foi expedido em 2024 e ela segue em território norte-americano.
As declarações de Landau ampliam a pressão exercida por Washington nos últimos dias. Na segunda-feira (15), o secretário de Estado, Marco Rubio, também criticou a atuação do Supremo após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão. Questionado em visita a Israel, Rubio afirmou: “Bem, a resposta é que o Estado de Direito está se rompendo”.
Rubio sinalizou que Washington deve anunciar novas medidas em breve. “Haverá uma resposta dos EUA a isso, e é sobre isso que teremos alguns anúncios na próxima semana ou mais sobre quais passos adicionais pretendemos tomar”, disse. Para ele, a decisão do STF “é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial”.
No momento em que Bolsonaro foi condenado, o governo Trump classificou a medida como “ameaça à democracia”.
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