Os governos da Dinamarca e da Groenlândia afirmaram nesta segunda-feira (22) que os Estados Unidos não irão anexar a Groenlândia e cobraram respeito à integridade territorial após o presidente Donald Trump nomear um enviado especial para a ilha. A indicação do governador da Louisiana, Jeff Landry, reacendeu tensões diplomáticas sobre o interesse norte-americano no território semiautônomo dinamarquês, aliado da Otan.
Em declaração conjunta, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, e o primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, afirmaram que “as fronteiras nacionais e a soberania dos Estados estão enraizadas no direito internacional”. Segundo eles, “não se pode anexar outro país. Nem mesmo com o argumento da segurança internacional”. Os líderes também destacaram que “a Groenlândia pertence aos groenlandeses”.
Nuuk, capital da Groenlândia (Foto: Vicente van Zeijst/ Wikimedia Commons)
Trump defende que EUA assumam jurisdição da ilha
Trump voltou a defender, durante o período de transição presidencial e nos primeiros meses de seu segundo mandato, que os EUA assumam a jurisdição sobre a ilha, rica em minerais e estrategicamente localizada no Ártico. O presidente não descartou o uso da força militar. Em março, o vice-presidente JD Vance visitou uma base militar americana na Groenlândia e acusou a Dinamarca de subinvestir na região.
No domingo, Trump afirmou que Landry entende a importância da Groenlândia para a segurança nacional dos EUA. Em uma postagem na rede X, o governador escreveu que “é uma honra” servir para “fazer da Groenlândia parte dos EUA”.
Ministro da Dinamarca afirma que ilha decidirá próprio futuro
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, disse que a nomeação confirma o interesse contínuo de Washington e afirmou que convocará o embaixador dos EUA em Copenhague. À emissora TV 2, Rasmussen declarou estar “profundamente consternado” com a indicação.
Nielsen afirmou que a Groenlândia decidirá seu próprio futuro. A parlamentar Aaja Chemnitz disse que não há desejo local de integrar os Estados Unidos. A Groenlândia tem cerca de 57 mil habitantes e direito de declarar independência desde 2009.
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