A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu investigação contra um homem de 32 anos suspeito de enviar ameaças ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a outras autoridades norte-americanas. De acordo com a corporação, o suspeito também tentou entrar na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, no fim de setembro, o que desencadeou uma operação conjunta entre autoridades brasileiras e norte-americanas.
O caso é tratado com alto grau de atenção pelas forças de segurança devido ao teor das ameaças a Donald Trump e ao envolvimento direto do Serviço Secreto dos EUA.
Na manhã desta quinta-feira (6), a PCDF cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, localizada em Goiânia. A ação foi realizada por equipes especializadas, mas o homem não chegou a ser preso. Os agentes recolheram materiais que podem auxiliar na investigação, incluindo um caderno com anotações e diversos documentos pessoais.
Desenhos na parede do quarto do suspeito. (Imagem: PCDF)
Segundo os investigadores, o material apreendido trazia anotações detalhadas sobre possíveis rotas de entrada nos Estados Unidos, com destaque para registros mencionando a Guatemala como porta de acesso. Ainda no quarto do suspeito, a polícia encontrou desenhos de suásticas nazistas e a frase em inglês “atirar para matar” escrita nas paredes, o que chamou a atenção dos agentes responsáveis pela operação.
A investigação teve início após o Serviço Secreto dos Estados Unidos denunciar as ameaças ao governo brasileiro. O órgão norte-americano acionou o Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério da Justiça, que repassou as informações à Polícia Civil do Distrito Federal, desencadeando a operação.
De acordo com a PCDF, o suspeito enviou e-mails com ameaças de ataque armado direcionadas a Donald Trump, à ex-primeira-dama Melania Trump e a outras autoridades americanas. A corporação informou que os conteúdos das mensagens, escritos em inglês, eram explícitos, indicando intenção de cometer um atentado.
A partir da notificação formal feita pelo governo dos EUA, a Polícia Civil do DF iniciou trabalho de investigação cibernética, monitoramento e rastreamento do suspeito, o que permitiu localizar seu paradeiro atual e cumprir o mandado em Goiânia.
Homem esteve em Brasília no período das ameaças
A PCDF apurou que o suspeito esteve hospedado em Brasília entre os dias 22 e 26 de setembro. Durante esse período, ele não apenas enviou e-mails com as ameaças a Trump, como também se deslocou até a Embaixada dos Estados Unidos, localizada na Asa Sul, na capital federal.
No dia 25 de setembro, ele teria enviado as mensagens ameaçadoras para autoridades do governo norte-americano. Já no dia 26, na manhã seguinte, ele se dirigiu à embaixada portando uma mala e tentou entrar no prédio sem agendamento prévio, o que não é permitido. A segurança local impediu o acesso e registrou a ocorrência.
Não foi informado o conteúdo da mala, e as autoridades brasileiras destacam que, até o momento, não há indícios de que o suspeito tenha contado com apoio de terceiros para planejar ou enviar as ameaças.
O caso é conduzido pela Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento, núcleo da PCDF especializado em investigar ameaças, planos de atentado, discursos de ódio e atividades que possam colocar em risco autoridades, diplomatas ou estruturas civis.
Por envolver ameaças direcionadas ao chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, e tentativa de acesso a órgão diplomático protegido por normas internacionais, a investigação ocorre em cooperação com órgãos federais e com notificações formais ao governo dos Estados Unidos.
Investigação ainda está em fase inicial
Desenhos de suásticas foram encontrados no local. (Imagem: PCDF)
Apesar das ações realizadas nesta quinta-feira, a Polícia Civil afirma que a investigação ainda está em andamento. Os materiais apreendidos serão periciados, e os policiais agora trabalham para reconstituir a sequência de eventos entre os dias 22 e 26 de setembro, além de rastrear o conteúdo dos e-mails enviados pelo acusado.
A corporação também vai analisar o contexto das anotações encontradas no quarto do suspeito, especialmente aquelas relacionadas à tentativa de entrar nos Estados Unidos pela Guatemala, bem como atentar contra a vida de Donald Trump e sua esposa. As frases e símbolos registrados nas paredes também devem passar por avaliação pericial.
A polícia reforça que não há, até o momento, qualquer evidência de que o suspeito tenha conseguido entrar na embaixada ou de que estivesse armado durante a tentativa.
A Polícia Civil não divulgou a identidade do suspeito. Ele permanece em liberdade enquanto o inquérito avança, e ainda não há previsão de conclusão da investigação.
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