O governo venezuelano iniciou uma nova ofensiva militar na fronteira com a Colômbia, em um movimento que reforça tanto a segurança interna quanto o discurso de confronto com Washington. Nesta segunda-feira (25), o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, anunciou o envio de 15 mil agentes aos estados de Zulia e Táchira, região classificada como “Zona de Paz nº 1”.
A operação reúne militares da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), policiais nacionais e integrantes da milícia bolivariana. Segundo Cabello, além do deslocamento terrestre, a ação contará com drones, patrulhamento aéreo e vigilância fluvial. O ministro aproveitou para cobrar da Colômbia uma postura mais firme: “Pedimos ao governo colombiano que faça a sua parte e expulse criminosos que tentem se instalar na fronteira”.
O chavismo justifica a medida como resposta ao narcotráfico. Cabello afirmou que a Venezuela apreendeu mais drogas em 2024 do que em anos anteriores, superando estimativas oficiais. De acordo com o ministro, entre janeiro e agosto foram confiscados 52,7 mil quilos de entorpecentes, além da destruição de 92 pistas clandestinas, 54 laboratórios e 10 acampamentos ligados ao crime organizado. O balanço também inclui o abate de 400 aeronaves, a captura de seis mil suspeitos, entre eles estrangeiros, e a apreensão de 480 fuzis.
A iniciativa não se limita ao trecho inicial da fronteira. Cabello anunciou que novas “Zonas de Paz” serão criadas ao longo dos 2,2 mil quilômetros que separam os dois países. O ministro destacou ainda o papel da população local, afirmando que agricultores e comunidades organizadas são parte fundamental da vigilância.
O anúncio surge em um momento de crescente tensão internacional. Os Estados Unidos deslocaram navios de guerra para a costa venezuelana sob a justificativa de combater cartéis de drogas. Em resposta, Nicolás Maduro ordenou o alistamento em massa de 4,5 milhões de milicianos, convocados a comparecer aos quartéis no fim de semana.
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