O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou nesta quarta-feira (20) para o presidente da França, Emmanuel Macron. Durante quase uma hora, os dois líderes discutiram temas da agenda internacional e reafirmaram apoio ao multilateralismo e a um comércio baseado em regras coletivas.
Lula criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos contra o Brasil, classificando-as como medidas políticas. De acordo com o Planalto, ele relatou as ações do governo para defender trabalhadores e empresas, além de informar que o país levou o caso à Organização Mundial do Comércio. O presidente ressaltou que, mesmo sem reconhecer a legitimidade de instrumentos como a Seção 301, apresentou explicações formais a Washington.
A conversa também tratou do acordo Mercosul-União Europeia. Lula e Macron se comprometeram a intensificar o diálogo para viabilizar a assinatura ainda neste semestre, durante a presidência brasileira do bloco. Apesar da resistência francesa, motivada pela defesa de agricultores locais, Lula destacou que ampliar relações comerciais com a Europa é essencial diante do cenário de barreiras impostas pelos EUA. O brasileiro voltou a citar o interesse em novas parcerias na Ásia, como Japão, Vietnã e Indonésia.
No campo ambiental, Macron confirmou presença em Belém, em novembro, para a COP30. Lula declarou que a conferência deve ser a “COP da verdade” e cobrou metas mais ambiciosas da União Europeia na redução de emissões.
Sobre a guerra na Ucrânia, os presidentes decidiram manter contato. Macron destacou a atuação do Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China, enquanto Lula manifestou preocupação com o aumento de gastos militares diante da fome que ainda atinge milhões de pessoas.
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