A Justiça de Goiás condenou três denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por participação em um esquema de manipulação de resultados de partidas de futebol profissional. A decisão é a primeira sentença proferida no âmbito da Operação Penalidade Máxima, investigação iniciada em fevereiro de 2023. O caso foi conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e pelo Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT).
Foram condenados Romário Hugo dos Santos, conhecido como Romarinho, Thiago Chambó Andrade e Bruno Lopez de Moura. As penas variam de 5 a quase 23 anos de reclusão, além de multas. De acordo com a sentença, proferida pelo juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara Especializada em Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, os três atuaram em diferentes funções dentro da organização criminosa.
Segundo o processo, Romarinho foi identificado como financiador, responsável por cooptar jogadores e realizar transações financeiras. Ele recebeu pena de 22 anos e 10 meses de prisão. Bruno Lopez de Moura, apontado como intermediário no esquema e responsável por pagamentos, foi condenado a 19 anos de prisão. Já Thiago Chambó Andrade, considerado um dos principais operadores financeiros, foi sentenciado a 5 anos e 9 meses em regime semiaberto.
O MPGO demonstrou que o grupo manipulava ocorrências específicas, como aplicação de cartões, marcação de pênaltis e resultados finais, em jogos dos campeonatos estaduais e das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, entre 2022 e 2023. A finalidade era gerar lucro em apostas realizadas em plataformas especializadas.
Escândalo no futebol com primeiras condenações da Operação Penalidade Máxima. Foto: MPGO
A investigação reuniu interceptações telefônicas, quebras de sigilos bancários e telemáticos, mensagens obtidas de celulares, relatórios financeiros e depoimentos. Segundo a sentença, a estrutura do grupo era estável e contava com núcleos de liderança, intermediação e execução, configurando organização criminosa conforme a Lei 12.850/2013.
Além das penas de prisão, os três condenados deverão pagar, solidariamente, R$ 2 milhões a título de danos morais coletivos. A Justiça permitiu que eles recorram em liberdade, mas impôs medidas cautelares, como a proibição de contato com outros denunciados e de deixar o país.
A quarta fase da operação segue em andamento e já resultou em cinco denúncias contra 23 investigados. Eles respondem por crimes como corrupção ativa e passiva no esporte, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. As denúncias abrangem doze partidas, incluindo jogos da Série A do Brasileirão 2022 e do Campeonato Gaúcho 2023.
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