O terremoto mais forte registrado em mais de uma década atingiu a costa leste da Rússia na manhã desta quarta-feira (30), desencadeando uma reação em cadeia de alertas e evacuações em diversos países ao redor do Oceano Pacífico. Com magnitude de 8,8, o tremor foi detectado na região da Península de Kamchatka, no extremo oriente russo, e é o mais intenso desde o desastre de 2011 no Japão, que provocou a tragédia nuclear de Fukushima. O abalo empatou como o sexto maior da história em registros modernos.
O epicentro foi localizado a cerca de 119 quilômetros a sudeste da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, a uma profundidade de 20,7 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A área faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico, zona geológica onde se concentram a maioria dos terremotos e erupções vulcânicas do planeta. Pouco povoada, a região de Kamchatka experimentou, nas horas seguintes ao sismo, ao menos dois tremores secundários de magnitude 6,3 e 6,9, além de dezenas de réplicas superiores a 5,0.
A violência do tremor acionou alertas de tsunami em diversos pontos do Pacífico, incluindo Japão, Estados Unidos, Chile, Peru, México, Indonésia e várias ilhas e territórios ultramarinos. Em Severo-Kurilsk, no sul da península russa, ondas de até quatro metros foram registradas. Em Yelizovo, barcos foram arrastados e contêineres levados pela corrente. O governo local decretou estado de emergência e realizou evacuações preventivas no litoral.
Países da América Latina, como Equador, Peru, Chile e México, emitiram alertas acionando sistemas de evacuação preventiva e suspensão de atividades portuárias. No Equador, o Instituto Oceanográfico estimou que as Ilhas Galápagos poderiam receber ondas de até 1,4 metro. O alerta também se estendeu a países da América Central com costa no Pacífico, como Guatemala e Panamá, além de diversos territórios do Pacífico, como Guam, Samoa Americana e Ilhas Marianas do Norte.
Segundo o USGS, tremores secundários são esperados nos próximos dias. A variação de impacto entre as áreas atingidas se explica pela geografia submarina e pela distância do epicentro.
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