O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reuniu-se pela terceira vez neste ano com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. O encontro, realizado na terça-feira (8), focou nas negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza e na libertação dos reféns mantidos pelo Hamas. “Nos concentramos nos esforços para libertar nossos reféns. Não vamos ceder nem por um momento, e isto é possível graças à pressão militar de nossos heroicos soldados”, afirmou Netanyahu em comunicado após a reunião.
Segundo o premiê, o objetivo de Israel continua sendo libertar os reféns, estando eles vivos ou mortos, e desmontar as capacidades militares e administrativas do Hamas, impedindo que Gaza volte a representar risco à segurança israelense. A reunião foi a segunda entre os dois líderes em menos de 24 horas. Trump tem pressionado Netanyahu para que chegue a um acordo que encerre o conflito. “É uma tragédia, e ele [Netanyahu] quer resolvê-la, e eu quero resolvê-la, e acho que a outra parte também”, disse o presidente americano durante reunião de gabinete.
Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, está em Doha, onde ocorrem negociações indiretas entre Israel e Hamas, com mediação do Catar e do Egito. “Esperamos que até o fim da semana tenhamos um acordo que nos permita um cessar-fogo de 60 dias”, afirmou Witkoff. A proposta prevê a libertação de dez reféns vivos e a devolução dos corpos de nove mortos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, afirmou que ainda será necessário mais tempo para que o diálogo avance. Um representante palestino envolvido nas negociações também negou que tenha havido progresso.
Enquanto os representantes tentam avançar nas negociações, o conflito segue em Gaza. A Defesa Civil do território informou que 22 pessoas, incluindo seis crianças, morreram em bombardeios israelenses na madrugada de quarta-feira. Na véspera, outros 29 civis foram mortos, entre eles três crianças. No mesmo dia, o exército israelense confirmou a morte de cinco soldados em confrontos no norte da Faixa.
Durante a visita, Netanyahu entregou a Trump uma carta ao Comitê Nobel, sugerindo a candidatura do presidente americano ao Prêmio Nobel da Paz. “Você merece”, disse Netanyahu. “Vindo de você, isso é muito significativo”, respondeu Trump. Os dois governantes também discutiram o futuro da Faixa de Gaza. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, detalhou o plano para construir uma “cidade humanitária” nas ruínas de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
A proposta prevê o deslocamento de 600 mil civis para a área, onde a circulação será restrita. Segundo Katz, o objetivo é impedir que a população permaneça sob influência do Hamas. Ele também afirmou que a operação será iniciada assim que o cessar-fogo for definido. O plano inclui a transferência de toda a população civil do enclave para essa zona controlada, onde viveriam sob supervisão militar. Katz voltou a falar em “emigração voluntária” como solução de longo prazo. Até o momento, nenhum país árabe se dispôs a acolher palestinos.
Ambos defendem que a permanência da população no enclave seja opcional. “Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem devem sair. Não deveria ser uma prisão”, declarou Netanyahu. Mas ainda defende que Israel mantenha o controle da segurança sobre o território.
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