A Câmara Municipal de Goiânia pautou nesta quarta-feira (3) o Projeto de Lei Complementar 09/2025, de autoria da Prefeitura de Goiânia, que altera os critérios para escolha dos diretores das escolas municipais. A matéria se tornou pivô do desentendimento da gestão do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) com a base — que subiu o tom contra a secretária municipal de Educação, Giselle Faria e pediu vistas da matéria.
A falta de diálogo de Giselle com os vereadores foi motivo de críticas — inclusive de vereadores que defendem as pautas de Mabel, como o vereador Pedro Azulão Jr (MDB). Com isso, o presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), comprou a briga dos vereadores.
“Há diversos vereadores aqui que, inclusive, têm demandas junto à Secretaria de Educação que ainda não foram atendidas. Caso a secretária não nos atenda hoje, é muito simples: amanhã, faço questão de assinar sua convocação, e ela virá aqui na terça-feira, convocada, para responder a todas as interpretações da Câmara Municipal. A Mesa — eu, o vereador Anselmo [Pereira] e o vereador Henrique [Alves] — estamos pedindo vistas do projeto”, disse o presidente da Casa, que foi aplaudido pelos parlamentares.
Policarpo ainda justificou o pedido, dizendo que exige respeito entre os poderes. “Nunca escondi que sou base da Prefeitura, mas os poderes precisam ser respeitados. Quando um vereador procura uma secretaria, obviamente é porque está tentando resolver um problema da população. Estamos fazendo um favor à Prefeitura ao entender a importância dos vereadores”, disse. O vereador ainda disse que concorda com o projeto e que mudanças são necessárias, mas, que exige “o respeito que esta Casa merece por parte do secretariado”.
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Emenda jabuti
Uma emenda “jabuti” do vereador Wellington Bessa (DC), que afrouxa as regras de contrato de convênios entre escolas municipais e a iniciativa privada, foi incluída no projeto — e também criticada pela oposição. A vereadora Aava Santiago (PSDB) questionou Bessa e demais parlamentares aliados do prefeito na Câmara.
“Não há motivo nenhum para que eu não queira saber qual explicação eles têm sobre isso […] Por que há interesse do Paço Municipal em revogar uma lei que determina que entidades conveniadas tenham que prestar contas; publicar extrato no diário oficial; apresentar documento fiscais pedagógicos para firmar e renovar convênios; e que determina o papel da Secretária Municipal de Educação na fiscalização técnica, pedagógica e financeira?”, questionou a vereadora.