A pouco mais de um ano das eleições presidenciais de 2026, uma nova pesquisa divulgada na última sexta-feira, 30, pelo instituto AtlasIntel aponta que o cenário eleitoral segue indefinido. Com sinais claros de desgaste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando a maioria dos cenários, mas liga o alerta dos aliados no Palácio do Planalto.
Segundo os dados, Lula lidera as intenções de voto no primeiro turno. Contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista liderou com 44,1% ante 33,1%. No cenário contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a votação ficaria 44,4% a 33,5% para o presidente. Já contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a votação seria 46,7% contra 43,9% a favor de Bolsonaro.
Além disso, a taxa de rejeição — que atingiu 53,7% — acendeu um alerta no Planalto. O petista também é mal avaliado em áreas sensíveis, como segurança pública e combate à corrupção, o que compromete sua margem de crescimento.
Outro fator preocupante para o petista é o desempenho contra Tarcísio, Michelle e Bolsonaro em um eventual segundo turno. Segundo a pesquisa, Lula seria derrotado por todos eles no cenário de mano a mano.
Tarcísio é testado e figura como alternativa bolsonarista mais palatável, com desempenho competitivo em cenários de segundo turno. Porém, outra figura ronda como possível alternativa do campo direitista: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Lutando pela sobrevivência de seu projeto político que visa o Palácio do Planalto, Caiado atingiu 4,8% das intenções de voto em um dos cenários de primeiro turno, à frente de nomes como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); a ministra Simone Tebet (MDB) e do outsider Pablo Marçal (PRTB). Caiado surge como o terceiro nome mais citado na pesquisa, posicionando-se como possível via de equilíbrio entre o bolsonarismo e a centro-direita tradicional.
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O bom desempenho de Caiado se ancora em sua imagem de gestor pragmático e na boa avaliação de seu governo em Goiás, além do discurso firme em temas como segurança e integridade pública — justamente pontos sensíveis para o governo federal. Seu nome ainda não é nacionalmente consolidado — aliás, esse é o maior desafio do governador, que corre contra o tempo para viabilizar seu projeto político e ser o nome da federação União Progressista (União Brasil e PP) na disputa de 2026 —, mas a sondagem o coloca como figura com potencial de crescimento. Em um eventual segundo turno contra Lula, Caiado teria 36,1% dos votos e o petista 45,2%.
Os números mostram ainda que o eleitorado segue dividido e em busca de alternativas. A presença de candidatos como Marçal, Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — que é testado em um cenário sem Lula — indica o espaço aberto para outsiders e para uma candidatura de terceira via mais sólida, embora nenhum deles, neste momento, tenha demonstrado viabilidade real de romper a polarização.
Com o cenário ainda volátil, o levantamento da AtlasIntel revela que 2026 tende a repetir a dinâmica das últimas eleições: um campo político tensionado, com Lula tentando resistir ao desgaste do governo e a direita buscando um nome que una força eleitoral e menor rejeição. A pesquisa AtlasIntel entrevistou, online, 4.399 pessoas entre os dias 19 e 23 de maio de 2025. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. (Especial para O Hoje)