O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta segunda-feira (4) que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), representa uma perseguição política. A declaração foi feita por meio de publicações nas redes sociais horas após a medida ser cumprida pela Polícia Federal.
Zema escreveu que a ordem judicial simboliza “mais um capítulo sombrio na história de perseguição política do STF“. Segundo o governador, a decisão teria como base o fato de Bolsonaro “ter sua voz ouvida nas redes”. Ele também afirmou que o caso revela “a democracia do silêncio” e manifestou solidariedade ao ex-presidente e à família dele.
A prisão domiciliar foi decretada por Moraes após a constatação de descumprimento de medidas cautelares impostas ao ex-presidente em 18 de julho. Na ocasião, o ministro havia determinado o uso de tornozeleira eletrônica e proibido Bolsonaro de utilizar redes sociais diretamente ou por meio de terceiros.
No domingo (3), apoiadores de Bolsonaro promoveram atos públicos em diferentes capitais brasileiras. Em alguns desses eventos, vídeos e ligações ao vivo do ex-presidente foram transmitidos ao público. Segundo a decisão de Moraes, essa participação configurou violação direta das restrições impostas. O ministro determinou ainda a proibição de visitas, exceto de advogados ou pessoas autorizadas, e o bloqueio do uso de celulares.
Zema tenta se aproximar de Bolsonaro de olho na eleição de 2026. Foto: Divulgação
Na decisão, Moraes escreveu que “a Justiça não permitirá que um réu a faça de tola” e que “o réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares — pela segunda vez — deve sofrer as consequências legais”.
A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão domiciliar e de busca e apreensão no fim da tarde. Apenas um aparelho celular foi encontrado com Bolsonaro e apreendido no local. A decisão também estabelece que, em caso de novo descumprimento, poderá ser decretada prisão preventiva.
Romeu Zema foi o primeiro governador aliado a se manifestar sobre a medida. Ele é pré-candidato à Presidência da República em 2026 e tem buscado apoio entre o eleitorado conservador. Nas últimas semanas, Zema intensificou gestos de aproximação com Bolsonaro, que está inelegível, mas ainda exerce forte influência política no campo da direita.
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