A Série B é carregada de marcas, mantras, superstições que circundam cada partida. Essas supostas ‘máximas’, verdadeiras ou não, carregam um peso para cada duelo. Trazem consigo expectativas e emoção, tudo para elevar o grau de importância de um determinado jogo. A fome pela elite, a vontade incessante de colocar o nome na história de um clube é o que move cada passe, corrida, chute, treino e suor. Geralmente, essas superstições carregam essa bagagem, o objetivo final da conquista do acesso.
Uma delas é a famigerada: “Time que quer subir não desperdiça ponto em casa”. Independente de quem proferiu essas palavras pela primeira vez, a análise histórica traz diversos exemplos que comprovam essa conclusão. O ato de jogar em casa, possuir o mando de campo, ter a torcida a seu favor, traz um peso de quase obrigação pela vitória. É evidente que isso não acontece sempre, derrotas e empates acontecem no meio do caminho, e fazem parte do processo.
O Vila Nova parece ter isso bem definido na cultura do clube. O Onésio Brasileiro Alvarenga é visto como uma fortaleza para muitos, e isso se deve a diversos fatores, a torcida é claro, lidera essa força. O Colorado parecia precisar desse retorno ao OBA após duas rodadas jogando fora de casa, no qual o time somou um ponto nos dois confrontos.
A partida contra o Athletic na noite desta segunda-feira (08/09), parecia ser o suspiro perfeito. Um duelo duro, mas que poderia trazer três pontos importantes para o time vilanovense retomar a briga pelo acesso. Aparentemente, 5.470 pessoas se dirigiram ao OBA acreditando na mesma coisa.
Entretanto, a vitória esperada e essencial para o time colorado, não veio. A equipe de Paulo Turra abriu o placar no primeiro tempo com Júnior Todinho, mas cedeu o empate no período seguinte. Esse caso reflete como a Série B pune determinados comportamentos. O Vila Nova começou o duelo com uma intensidade considerável, algo prometido por Paulo Turra na coletiva pré-jogo, que garantiu um time aguerrido e que buscasse a bola com mais efetividade.
Estatisticamente, o Athletic obteve mais posse de bola do que o Vila, foi equilibrado, mas com uma ligeira vantagem. Voltando para o campo, o Tigre buscou pisar na área com mais homens no setor ofensivo, atacando o alvinegro com cinco homens na frente. Sem Ralf e João Vieira, a dupla de volantes foi ocupada por Igor Henrique e Nathan Melo. O primeiro deles, foi quem atuou junto com o ataque na construção de jogadas e como opção dentro da área, algo próximo do que João Vieira estava fazendo. Sobrou para Nathan Melo auxiliar a dupla de zaga no lugar de Ralf.
A partir disso, o que faltou? Não é de hoje que o Vila Nova tem problemas para jogar com a bola nos pés, e isso pode ter sido um fator para o empate, uma simples falta de eficiência no setor ofensivo. Porém, o gol saiu, os três pontos estavam nas mãos do Vila, e do outro lado havia um adversário com a mesma fome. Portanto, nota-se um desequilíbrio entre ataque e defesa, que não conseguiu se segurar no momento que mais precisava, nem buscou o segundo gol dentro de casa. O mando de campo estar a favor do Colorado apenas piora a situação, dando um gosto ainda mais amargo para o resultado. Um ponto ainda é um ponto, mas precisava de mais. Para quem anseia estar na elite do futebol brasileiro para a temporada que vem, esse foi mais um duelo desperdiçado, em pleno Onésio Brasileiro Alvarenga.
O post Vila Nova: um desequilíbrio que tirou a vitória no OBA apareceu primeiro em O Hoje.