O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (28), que há “uma chance real de grandeza no Oriente Médio”, em meio a novas tentativas de mediação para encerrar a guerra em Gaza. A declaração foi publicada no Truth Social, dias após ele dizer que estava próximo de um acordo para pôr fim ao conflito. “Temos uma chance real de grandeza no Oriente Médio. Todos estão a bordo para algo especial, pela primeira vez. Nós vamos conseguir”, escreveu o republicano, sem dar detalhes sobre os avanços.
No início de setembro, Trump já havia lançado o que chamou de “último aviso” ao Hamas, pedindo que o grupo aceitasse a libertação de reféns em troca de um acordo de cessar-fogo. Segundo ele, Israel já teria aceitado os termos propostos. “Agora é hora de o Hamas aceitar também. Avisei o Hamas sobre as consequências de não aceitar. Este é meu último aviso — não haverá outro”, declarou.
A Casa Branca informou que Trump receberá nesta segunda-feira (29), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em reunião destinada a buscar uma estrutura que sirva de base para futuras negociações. Na sexta-feira (26), o presidente norte-americano afirmou que os diálogos com países árabes têm sido intensos e que Israel e Hamas acompanham de perto as tratativas.
Na quarta-feira (24), o enviado especial Steve Witkoff revelou que Trump apresentou um plano de paz com 21 pontos durante encontro com líderes de países de maioria muçulmana. A proposta, no entanto, dividiu a política israelense. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, de ultradireita, pediu que Netanyahu rejeitasse qualquer cessar-fogo sem a derrota completa do Hamas. “Sr. primeiro-ministro, o senhor não tem mandato para encerrar a guerra sem a derrota completa do Hamas”, escreveu no X no sábado (27). Ben Gvir e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, têm se posicionado contra acordos de reféns, defendendo a intensificação da ofensiva militar e ameaçando derrubar o governo caso a guerra termine.
Outros integrantes da coalizão se manifestaram de forma diferente. O ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, disse confiar em Netanyahu para representar os interesses de Israel e conduzir negociações. Já partidos ultraortodoxos, como o Degel HaTorah, apoiaram a possibilidade de troca de reféns que leve a um cessar-fogo. Na oposição, Yair Lapid reiterou que ofereceria uma “rede de segurança” a Netanyahu caso fosse necessário aprovar um acordo, minimizando as ameaças dos aliados de ultradireita.
Ainda na sexta-feira, Netanyahu reforçou sua posição na Assembleia Geral da ONU. Em discurso, afirmou que Israel seguirá atacando Gaza até “terminar o trabalho”. Rejeitou a criação de um Estado palestino, negou acusações de que o Exército israelense provoca fome ou mortes de civis no território e afirmou estar “lutando uma batalha” pelo Ocidente. A fala foi recebida sob protestos: o primeiro-ministro entrou no plenário sob vaias, e diversas delegações se retiraram antes mesmo de sua fala, incluindo a do Brasil.
A crise humanitária em Gaza foi um dos principais temas do encontro das Nações Unidas. Vários países anunciaram durante a Assembleia que passaram a reconhecer o Estado da Palestina. O agravamento da situação no território levou a ONU e governos europeus a intensificarem críticas contra Israel. Uma comissão contratada pelas Nações Unidas classificou as ações israelenses como genocídio.
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