A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) gerou ampla repercussão internacional, com análises da mídia global, manifestações de líderes e avaliações de especialistas sobre o impacto histórico do caso. O julgamento e a sentença marcaram o primeiro caso em que um ex-presidente brasileiro foi considerado culpado por liderar uma tentativa de golpe de Estado, e a decisão do tribunal chamou a atenção do mundo para o Brasil.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou que a condenação foi “terrível” e declarou estar “muito insatisfeito”. Trump comparou o caso com processos que enfrentou em sua própria trajetória política e elogiou Bolsonaro como “um bom homem” e “muito notável”. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, prometeu que os EUA “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”, em referência à decisão do STF. O Itamaraty classificou a declaração como uma ameaça e afirmou que o Brasil continuará a se defender de “agressões e tentativas de interferência”.
A imprensa norte-americana destacou amplamente a decisão. O Wall Street Journal apontou que a condenação poderia gerar décadas de prisão para Bolsonaro e seus aliados, além de inflamar a disputa entre Trump e o presidente Lula. O New York Times publicou artigo de opinião de Steven Levitsky, de Harvard, e Filipe Campante, da Johns Hopkins, comparando a situação brasileira à norte-americana, observando que enquanto o Brasil responsabilizou Bolsonaro por tentar reverter uma eleição, nos EUA Trump não foi punido após a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Para os analistas, o contraste evidencia respostas distintas a ameaças autoritárias em democracias na mesma década.
A revista britânica The Economist qualificou a condenação como histórica e ressaltou o caráter exemplar do julgamento brasileiro para a comunidade internacional, apontando a gravidade das acusações e a robustez das provas. O The Guardian destacou que a decisão não encerra o movimento político bolsonarista, que mantém grande apoio popular, e analisou possíveis sucessores do ex-presidente, incluindo Flávio Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.
Na América Latina, veículos como o Clarín e o Todo Notícias, da Argentina, ressaltaram o caráter histórico do julgamento e o impacto regional da decisão. O jornal espanhol El País afirmou que o Brasil deu “um passo importante contra a impunidade” e enfatizou a importância do caso como referência para outros países da região.
A cobertura global também destacou tensões diplomáticas. O Financial Times observou que Washington reagiu com medidas econômicas e restrições a autoridades brasileiras antes mesmo do julgamento final, criando uma crise diplomática sem precedentes. A decisão do STF e a reação dos EUA colocaram o Brasil no centro das discussões sobre democracia, Estado de Direito e relações internacionais, com analistas destacando que o caso evidencia a capacidade do país de responsabilizar líderes eleitos, mesmo diante de pressões externas.
Ainda nos EUA, deputados democratas criticaram Donald Trump por usar a guerra comercial contra o Brasil para proteger Jair Bolsonaro, chamado de “seu colega golpista” na carta. Eles afirmam que tarifas de 50% prejudicam famílias americanas e os interesses dos EUA, além de favorecerem exportações brasileiras à China. A carta, assinada por Gregory Meeks, Joaquin Castro e Sydney Kamlager-Dove, pede que Trump encerre as medidas e apoie o povo brasileiro na superação da ameaça à democracia.
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