Em um movimento em que evidencia sua tentativa de afastamento do núcleo bolsonarista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (15) que pretende atuar junto ao Itamaraty nas negociações para tentar conter o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A sobretaxa, que começará a vigorar em agosto, prevê 50% de imposto sobre produtos brasileiros e tem motivação política ligada ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL). Apesar disso, Tarcísio ignorou qualquer menção ao ex-presidente, seu padrinho político, durante a reunião no Palácio dos Bandeirantes.
Enquanto isso, em Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) conduzia encontros paralelos com empresários, o que reforça o contraste entre as estratégias estaduais e federais. Ainda que tenha começado com críticas ao governo Lula, Tarcísio mudou de tom nos últimos dias e passou a defender uma solução coordenada com o Planalto, o que, por sua vez, irritou os bolsonaristas.
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Entre os presentes em São Paulo estavam representantes de empresas como Embraer, Usiminas e Cosan, além do encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar. O diplomata reiterou que a medida seria uma reação à política chinesa, não diretamente ao governo Lula. Mesmo assim, a presença americana reforçou o peso político do encontro.
Em reação imediata, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou duramente a iniciativa. Segundo o deputado licenciado, que está nos Estados Unidos, Tarcísio estaria “esvaziando o plano” de pressionar por uma anistia ampla aos envolvidos na tentativa de golpe. Nas redes sociais, o deputado acusou o governador de “subserviência servil às elites” e de ignorar as supostas ameaças às liberdades do País.
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