O mercado brasileiro de artigos para casa e decoração vive um momento de consolidação e perspectivas de crescimento contínuo. Dados recentes mostram que, em 2024, o setor movimentou cerca de R$ 45 bilhões, com expectativa de alcançar R$ 60 bilhões até 2027. Esse avanço é sustentado por um conjunto de fatores que se somam ao aquecimento do setor imobiliário, como o aumento da renda disponível em determinadas faixas de consumo e a maior valorização da casa como espaço de convivência, lazer e estilo de vida. Para muitos consumidores, investir em móveis, objetos de decoração e soluções funcionais se tornou uma forma de refletir identidade, buscar bem-estar e melhorar a qualidade de vida.
Mudanças no comportamento do consumidor
O comportamento do consumidor passou por transformações significativas nos últimos anos, sobretudo após a pandemia. O lar ganhou novos significados, deixando de ser apenas um local de descanso para se tornar ambiente de trabalho, estudo e interação familiar. Esse movimento ampliou a demanda por produtos que conciliam conforto, estética e praticidade. A busca por móveis planejados e multifuncionais, por itens sustentáveis e por peças personalizadas é cada vez maior. Outro aspecto importante é a crescente valorização da produção nacional e regional, com consumidores interessados em artigos que expressem autenticidade e tragam características culturais específicas. Essa tendência abre espaço para pequenos fabricantes, designers independentes e artesãos, que encontram um público disposto a investir em exclusividade e identidade.
Avanço do comércio eletrônico
Se antes o consumidor buscava artigos de decoração em lojas físicas especializadas, hoje a internet se tornou o principal ponto de acesso a novidades e tendências. O comércio eletrônico responde por uma fatia crescente do mercado, já representando mais de 40% das vendas do setor. Marketplaces e plataformas digitais oferecem desde peças de design exclusivo até utilitários domésticos acessíveis, ampliando o alcance dos fabricantes e aproximando o consumidor final das marcas. Para os pequenos e médios empreendedores, o ambiente online funciona como vitrine estratégica, eliminando barreiras geográficas e permitindo competir com grandes redes varejistas. Além disso, a digitalização trouxe novos hábitos, como o uso de aplicativos de realidade aumentada que ajudam a visualizar móveis e objetos no espaço da casa antes da compra, reforçando a experiência de consumo.
Tendências e inovação
O mercado de artigos para casa e decoração é guiado por tendências que acompanham mudanças sociais, culturais e ambientais. Entre elas, o design minimalista se consolida como estilo dominante, privilegiando linhas simples, cores neutras e funcionalidade. Ao mesmo tempo, cresce a procura por soluções que unem tecnologia e praticidade, como móveis adaptados à automação residencial e sistemas inteligentes de iluminação. A sustentabilidade também é fator central: consumidores buscam produtos feitos com materiais recicláveis, madeira certificada e processos produtivos de baixo impacto ambiental. Outro movimento é o da multifuncionalidade, com móveis que se transformam de acordo com a necessidade do espaço, atendendo especialmente a quem vive em apartamentos compactos. Essas tendências revelam não apenas uma mudança de gosto estético, mas também um novo olhar sobre a casa como espaço versátil, conectado e ambientalmente responsável.
Brasileiros investem mais em conforto e identidade no lar
Perspectivas para os próximos anos
As projeções para o futuro do setor no Brasil são otimistas. Especialistas apontam que a soma de fatores como crédito imobiliário mais acessível, expansão do comércio eletrônico e valorização do design nacional deve sustentar o crescimento médio anual de 6% até 2027. Esse cenário coloca o segmento de artigos para casa e decoração como parte relevante da economia criativa e do varejo especializado, com potencial de geração de empregos, inovação e fortalecimento da produção local. Ao mesmo tempo, o setor deve enfrentar desafios relacionados à competitividade, à necessidade de investimentos em logística e à adaptação constante às novas preferências do consumidor. Ainda assim, a tendência predominante é de expansão contínua, consolidando a casa não apenas como espaço físico, mas como reflexo de estilo de vida, bem-estar e identidade cultural.
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