O investigado Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, foi oficialmente indiciado por feminicídio, estupro, ocultação de cadáver e furto qualificado no caso de Elisângela da Silva Souza, 26, desaparecida em setembro em Rio Verde, Sudoeste de Goiás.
O inquérito conduzido pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Rio Verde concluiu que ele abordou, agrediu, estuprou e matou a vítima, que tentou desarmá-lo durante a ação. O caso segue agora para análise do Ministério Público de Goiás (MPGO), visto que Rildo é suspeito de múltiplos outros crimes.
Investigação confirma participação de Rildo Soares
Após quase um mês de apuração, o delegado Adelson Candeo, titular do Grupo de Investigação de Homicídios de Rio Verde, concluiu que Rildo Soares é o responsável pela morte de Elisângela Souza. Segundo o delegado, o indiciamento foi possível graças a um robusto conjunto de provas e à própria confissão do suspeito.
“Na Bahia, ele não confessou crimes, mas em Goiás temos 11 outros casos atribuídos ao investigado, incluindo três feminicídios, dois desaparecimentos, sete estupros ou tentativas de estupro, uma morte suspeita por incêndio, um latrocínio tentado, além de dois roubos. A divisão dos casos nos ajuda a entender o padrão de violência e a crueldade do autor dos crimes”, explica Candeo.
Desaparecimento e morte de Elisângela Souza
Elisângela desapareceu no dia 11 de setembro, ao sair de casa para trabalhar às 4h da manhã. Segundo familiares, aquela era uma rota que fazia parte da rotina da vítima. Porém, naquele dia, câmeras de segurança registraram Rildo Soares ao lado da vítima, forçando-a a acompanhá-lo até um terreno baldio. De acordo com o próprio suspeito, em primeiro lugar, o objetivo da abordagem era apenas roubar a jovem.
No entanto, Elisângela conseguiu desarmá-lo, ferindo-o com uma faca no braço. Segundo o delegado Adelson Candeo, o suspeito revelou que não tinha a intenção de tirar a vida de Elisângela, mas que ficou muito enfurecido quando ela conseguiu desarmá-lo. “O suspeito contou que a vítima pegou a sua faca, acertou e o braço dele. Com raiva, ele decidiu estuprar Elisângela da Silva e depois matá-la”, detalha o delegado responsável pelo caso.
Durante as buscas, o corpo foi encontrado parcialmente enterrado e semi-nu, ao lado de pertences da vítima, na Avenida 75, esquina com a Rua 20, no Bairro Popular. Rildo foi reconhecido por um policial enquanto tentava fugir do local e foi preso.
Corpo da vítima foi encontrado ao lado de seus pertences (Foto: Reprodução/ PCGO)
Suposto serial killer é alvo de 17 investigações
Além do caso de Elisângela, a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) identificou outros oito homicídios e múltiplos estupros envolvendo Rildo Soares, em Goiás e na Bahia. Na residência do suspeito, investigadores encontraram pertences de mulheres possivelmente relacionados a outras vítimas de seus crimes.
Rildo já confessou os feminicídios e estupros de outras duas mulheres: Monara Pires Gouveia, 42 anos, e Alexânia Hermógenes Carneiro, 40 anos. Segundo o delegado, a sequência e a gravidade dos crimes levantam a hipótese de que ele seja um serial killer, embora não haja indícios de insanidade mental que o isentam de responsabilidade de seus atos.
“Ele mantém um modus operandi, volta ao local do crime, guarda lembranças das vítimas, escolhe por perfil de vulnerabilidade e mata com requintes de crueldade. Depois, se desfaz dos corpos como lixo”, afirma Candeo.
O caso de Elisângela Souza segue agora para análise do Ministério Público de Goiás, que definirá se Rildo Soares será formalmente denunciado. Se condenado, o suspeito pode cumprir até 66 anos de prisão, considerando agravantes como violência, motivo torpe e múltiplos crimes.
O Hoje entrou em contato com o Ministério Público em busca de atualizações sobre o caso, mas não obteve retorno até o momento.