O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (30/9) que não aceitará a criação de um Estado palestino como parte do plano de paz apresentado pelos Estados Unidos. Em vídeo publicado no Telegram, Netanyahu disse: “De jeito nenhum, e não está escrito no acordo. Uma coisa ficou clara: nos oporemos com veemência a um Estado palestino.” A declaração ocorre em meio a críticas internas e pressões políticas sobre sua postura em relação ao acordo.
O documento divulgado pela Casa Branca não prevê reconhecimento imediato, mas traça um caminho que poderia levar a essa possibilidade no futuro. A proposta condiciona a existência do Estado palestino a avanços na reconstrução de Gaza e a reformas na Autoridade Palestina, indicando que somente após esses passos seria possível avançar “em direção à autodeterminação e ao Estado palestino, reconhecido como a aspiração do povo palestino”.
Além do posicionamento sobre o Estado palestino, Netanyahu enfatizou que a recuperação de reféns continua sendo prioridade do governo. “Nós vamos recuperar todos os nossos reféns, vivos e bem, enquanto o Exército permanecerá na maior parte da Faixa de Gaza”, declarou.
A iniciativa norte-americana provocou reações críticas no gabinete israelense. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, classificou o plano como “um fracasso diplomático estrondoso” e definiu o documento de 20 pontos como “uma mistura intragável” e “desatualizada”. Smotrich ainda associou a proposta ao acordo de Oslo, de 1993, e afirmou que ignora “as lições de 7 de outubro de 2023”, data do ataque do Hamas que deu início à guerra.
Netanyahu enfrenta um cenário interno delicado. Pesquisas da Universidade Hebraica de Jerusalém, divulgadas pelo Times of Israel, indicam que 71% dos israelenses apoiam o plano, embora apenas 12% acreditem que ele será implementado. A população demonstra cansaço com a guerra, enquanto famílias de reféns pressionam por soluções imediatas. Paralelamente, ministros que considerem concessões excessivas podem colocar em risco a estabilidade do governo.
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