A prefeita de Formosa, Simone Ribeiro (União Brasil), visitou o Grupo O HOJE na última segunda-feira (23). Em conversa com o jornalista Wilson Silvestre, Simone tratou sobre as dificuldades e os trabalhos de sua gestão no município e sobre as divergências políticas regionais.
Logo no início da conversa, Simone abordou as dificuldades nos primeiros meses de gestão. “Você entra na gestão pública com um plano de ação empírico. Depois, quando começa a gestão, você entende que precisa ir remodelando. As escolas tinham paredes caindo quando nós assumimos. Tudo com muita falta de dignidade”, explicou a gestora.
A prefeita ressaltou que o trabalho é para reparar a ausência de dignidade, independente da classe social. “Quando falo sobre dignidade não é só para a pessoa que está em vulnerabilidade social, é também para o grande empreendedor, para um grande empresário do agro, do serviço de produtos que não tem um asfalto na sua rua. A falta de dignidade é como um todo.”
Sobre como dirige o município, a prefeita garantiu que não tem medo de mudanças e entende a dinamicidade da política. “A gente vai remodelando, repaginando as equipes e os processos. Acredito que isso é do gestor que quer fazer a diferença. Até o último dia, se precisar mudar nossa gestão, a gente vai estar fazendo isso. Esse movimento todo é sempre em prol da coletividade, das pessoas. A política é muito dinâmica, as dores são as mesmas, mas muda lei, processos… Nós vamos adaptar o nosso modelo de gestão na nossa realidade, mas sempre com muito planejamento, conversa e diálogo”, enfatizou Simone.
Além disso, a prefeita ressaltou a “simbologia política” de seu mandato. “Formosa tem quase 200 anos. É a primeira vez que tem uma mulher no poder. Negra, não é do clã político, nós viemos quebrando todos os paradigmas. Falo isso com muita humildade, porque daqui a pouco a minha foto vai estar em destaque, marcando a nossa página na história”, destacou.
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Questão política
A chefe do Executivo municipal justificou que a mudança de partido — saiu do PL, legenda pela qual foi eleita em 2024, rumo ao União Brasil, do governador Ronaldo Caiado — foi pensando na gestão de Formosa. “A sigla partidária não define os meus valores e princípios. A mudança de partido, do PL para a União Brasil, foi pensando em gestão. A campanha política passa e o gestor precisa ter responsabilidade de entregar uma gestão de excelência para as pessoas.”
Questionada sobre um possível arrependimento pela troca, a prefeita ressaltou: “Não me arrependo, porque hoje eu consigo ter governabilidade, consigo ter um fôlego para entregar o que estou entregando para a nossa sociedade. Não é fácil suprir expectativas”.
Acerca da relação com os membros do PL, a gestora afirmou que o respeito e as relações permanecem. “Tenho muito respeito pelo PL. Não foi fácil [mudar de partido], eu era uma liderança do PL em Formosa. Tenho conversado com muita gente do PL, as relações não podem mudar. A senadora Damares [Alves, Republicanos-DF] disse para mim: ‘Sair de um partido não significa que você perdeu os valores e princípios’. Quem pensa igual vai caminhar igual. Então, para que essa briga, perseguição? É dessa forma que levo”, destacou a prefeita.
Relação com vereadores
A respeito da relação com os vereadores de oposição, a prefeita afirmou que o Executivo e o Parlamento estão, cada vez mais, caminhando juntos. “A minha intencionalidade é fazer a boa política na minha cidade, e isso está mostrando para essas pessoas que é melhor vir junto. Na Câmara de Vereadores, muitos estão entendendo, e a maioria já entendeu, que o melhor é caminhar junto”, disse.
Porém, Simone destacou que se pudesse voltar atrás, seria ativa na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal. “Eu não tenho problema nenhum em mudar de ideia. Não tive participação na eleição da Mesa, então demorou um pouco para mostrar para os vereadores que não caminham comigo a minha intenção de avançar no projeto de Formosa. Não participei da eleição da Mesa e voltaria atrás nesse sentido”, completou.
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