A polícia civil de Goiás deflagrou uma ação de combate à fraude de bebidas alcoólicas, culminando na prisão do proprietário de uma distribuidora em Trindade, região metropolitana da capital, nesta sexta-feira (3). Essa operação faz parte de uma força-tarefa de repressão a bebidas falsificadas, criada especificamente com o intuito de combater possíveis intoxicações por metanol em Goiás.
Durante a fiscalização no estabelecimento, os agentes e fiscais identificaram diversas irregularidades. Foram encontradas garrafas de bebidas alcoólicas que estavam sem procedência, além de produtos vencidos e/ou com os lacres rompidos. Entre os achados mais suspeitos, estavam garrafas de cachaça que, segundo a polícia, não possuíam o CNPJ do fabricante, o que serve como um indicativo de que as bebidas poderiam ser falsificadas. Outra descoberta significativa foi a localização, nos fundos da distribuidora, de engradados de bebidas que estavam vencidas desde o ano passado.
Um aspecto que particularmente chamou a atenção das autoridades foi a presença de garrafas de uísque que, embora estivessem cheias, apresentavam os lacres rompidos. Adicionalmente, o líquido contido nessas garrafas de uísque exibia uma coloração diferente daquela esperada para a bebida original.
Todo o material apreendido foi devidamente encaminhado para a perícia. O delegado Thiago Escandolhero Martinho explicou que a função da perícia será analisar a composição das bebidas para determinar se alguma delas contém metanol. A identidade do proprietário preso do estabelecimento não foi tornada pública.
A determinação para esta ação veio da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de Goiás. A força-tarefa tem um escopo amplo, inspecionando distribuidoras, bares e restaurantes em todo o estado, e conta com a participação de todas as forças de segurança, além de agentes do Procon e da Vigilância Sanitária. A operação foi desencadeada em resposta ao registro de seis mortes suspeitas relacionadas ao consumo de bebida alcoólica adulterada com metanol, ocorridas nos últimos dias em São Paulo. Em Goiás, as autoridades estão investigando três casos de internação suspeitos relacionados ao mesmo problema.
Leia também: Suspeita de intoxicação por metanol deixa jovem em estado grave e leva MPGO a abrir investigação em Itapaci