A Polícia Federal realizou, na manhã desta quarta-feira (7), a Operação Ilicitantes para investigar fraudes em um processo licitatório conduzido pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO). A apuração gira em torno do uso indevido de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), com suspeita de corrupção ativa e passiva, frustração de caráter competitivo em licitações e lavagem de dinheiro.
Como parte da operação, os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão nos estados de Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens pertencentes aos investigados, tanto pessoas físicas quanto jurídicas.
Durante as investigações, a PF identificou o pagamento de vantagem indevida a um servidor terceirizado da Seduc, no valor estimado de R$ 465 mil. A quantia teria sido repassada por meio de empresas intermediárias e contas de passagem, indicando uma tentativa de ocultar a origem do dinheiro. De acordo com os investigadores, parte dos valores foi utilizada para a compra de veículos e eletrônicos, bens considerados incompatíveis com a renda formal do servidor.
A operação busca desarticular um esquema que, segundo os policiais, violava a legalidade das licitações públicas e comprometia o uso adequado dos recursos destinados à educação básica. A apuração aponta que o servidor beneficiado teria atuado para favorecer empresas específicas durante os trâmites licitatórios, em troca de propinas disfarçadas em transações financeiras fraudulentas.
A Polícia Federal continua apurando o envolvimento de outros agentes públicos e privados, e os suspeitos poderão responder por diversos crimes. As penas previstas incluem reclusão de 3 a 12 anos para corrupção e 3 a 10 anos para lavagem de dinheiro, além de outras sanções relacionadas às infrações licitatórias.
Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás esclareceu que, conforme informado pela própria Polícia Federal, não houve nenhuma ação de busca e apreensão na sede da Seduc, em Goiânia, nem em suas unidades administrativas no estado. A pasta reforçou que não é alvo da operação.
Além disso, a Seduc destacou que o funcionário terceirizado investigado, alvo das buscas, foi desligado da instituição ainda em 2022. Nenhum servidor da secretaria foi notificado ou procurado pela Polícia Federal até o momento. A Secretaria permanece em contato com as autoridades para obter informações detalhadas e reafirma seu compromisso com a transparência e o esclarecimento pleno dos fatos.
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