A corrida por uma das 41 cadeiras que estarão disponíveis na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) em 2026 já começou. Os parlamentares buscam a reeleição, enquanto vereadores e líderes políticos sem mandato tentam conquistar uma vaga no Legislativo estadual. Com isso, os partidos emergentes surgem como uma opção viável para os postulantes.
O Avante, presidido em Goiás pelo vereador Thialu Guiotti, busca eleger de quatro a cinco deputados estaduais. A legenda deve ser o destino do presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), e do ex-deputado estadual Francisco Oliveira. A legenda chegou a ser a favorita para receber o presidente da Alego, Bruno Peixoto (União Brasil), que irá disputar a Câmara dos Deputados, porém, o parlamentar está a caminho da federação PRD-Solidariedade.
O Avante também conta com o deputado estadual Gugu Nader. Esse, porém, está de saída do partido. Gugu é um dos articuladores, junto ao ex-prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato, do partido Democrata 35 [ex-Partido da Mulher Brasileira (PMB), mudança que ainda depende de aval da Justiça Eleitoral). O objetivo da sigla, segundo Gugu, é eleger quatro deputados em 2026.
Entre os nomes possíveis para disputar as eleições pela legenda estão o deputado estadual Veter Martins (União Brasil); o ex-prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano; a primeira-dama de Novo Gama, Joscilene Mangão; o deputado estadual Karlos Cabral (PSB); a deputada estadual Rosângela Rezende (Agir); a deputada estadual Dra. Zeli (União Brasil); o deputado estadual Cristiano Galindo (Solidariedade); e o deputado estadual Cristóvão Tormin (PRD), além de, claro, Gugu e Fortunato.
O advogado eleitoralista Dyogo Crosara explica que o movimento em busca das siglas menores é natural. “Há esse movimento por conta da história do quociente eleitoral. E para que existe o quociente eleitoral? Para garantir que partidos menores tenham essa representatividade e não fique tudo só na representatividade dos partidos grandes. Esse entendimento ajuda a explicar um pouco”, afirma Crosara.
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Chapas dos partidos na Alego
Em conversa com a reportagem do O HOJE, Gugu diz garantir que é preciso que os parlamentares se atentem ao “canibalismo eleitoral”. O termo é utilizado pelo parlamentar para tratar dos partidos grandes com muitos candidatos competitivos. Segundo Gugu, o fenômeno “acontece onde, por exemplo, tem cinco medalhões”. “Três sobrevivem e dois morrem”, explica. O deputado cita que tem alertado os colegas na Alego sobre a situação eleitoral atual e a montagem das chapas. “Quem é candidato a majoritário não está preocupado com eleição proporcional. Estão preocupados com a candidatura deles, seja o Marconi, o Wilder ou o Daniel, seja quem for”, afirma o parlamentar.
Nessa conjuntura política, estão em montagem os “chapões” da base governista; as “chapas”, que seriam intermediárias, como a do Avante de Thialu e do PRD-Solidariedade de Bruno; e as “chapinhas”, como a do Democrata 35. O entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito das “sobras eleitorais”, que agora são distribuídas entre todas as legendas e não mais apenas entre os partidos e candidatos na regra dos 80/20 — partidos com votos que equivalem a pelo menos 80% do quociente eleitoral e candidatos com votação que corresponde a 20% do quociente —, beneficiou os partidos menores.
Crosara, porém, alerta que as movimentações políticas nessa conjuntura tornam-se praticamente uma “desvirtuação do processo”. “Tem muita gente que é de partido grande, pensa como partido grande e vai para ser eleito em partido menor”, frisou. (Especial para O HOJE)










