Vinte e seis países, em conjunto com a União Europeia, divulgaram nesta terça-feira (12) um documento no qual afirmam que a situação humanitária na Faixa de Gaza atingiu limites extremos e que a falta de alimentos ameaça a população. O texto, publicado pelo governo britânico, solicita que Israel libere integralmente a entrada de suprimentos e remova restrições impostas ao trabalho de organizações não governamentais.
A manifestação surge após a aprovação, pelo gabinete de Benjamin Netanyahu, de um plano para ocupar toda a Faixa de Gaza, começando pela Cidade de Gaza. A área concentra cerca de um milhão de pessoas e será o primeiro alvo da nova fase da ofensiva israelense. O avanço militar, anunciado na semana anterior, gerou preocupação entre governos do mundo todo, que temem o agravamento das condições de vida e o bloqueio de canais de abastecimento.
No comunicado, o grupo afirma que “a fome está se instalando diante de nossos olhos” e pede ação imediata para deter e reverter a escassez. As nações solicitam a retirada de exigências que, segundo o texto, dificultam a atuação de ONGs e podem levar à sua saída do território. Também pedem a reabertura de todas as rotas humanitárias e o acesso seguro e ampliado para agências da ONU, organizações internacionais e parceiros envolvidos no apoio à população local.
Entre os signatários estão Reino Unido, França, Japão, Austrália, Canadá e outros países europeus. Todos defendem que a ajuda seja viabilizada sem entraves e que não seja usada como instrumento de disputa política.
No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde afirmou que busca reforçar a entrada de suprimentos antes do início da operação para tomar a Cidade de Gaza. A pressão internacional por aumento da assistência é crescente, impulsionada por relatos de “fome em massa” e pela avaliação de que a entrega de alimentos ocorre de forma insuficiente. Israel nega que haja desnutrição generalizada e afirma que há comida disponível.
Ainda pressionando Israel, a ONU também se posicionou na terça-feira. O secretário-geral António Guterres solicitou “investigação independente e imparcial” sobre a morte de seis jornalistas na Faixa de Gaza, cinco deles da rede Al Jazeera, em ataque do exército israelense. De acordo com seu porta-voz, Stéphane Dujarric, o caso evidencia os riscos enfrentados por profissionais da imprensa que atuam no território.
Em entrevista concedida na quinta-feira (7) à emissora norte-americana “Fox News”, Netanyahu declarou que pretende ocupar todo o território palestino, mas sem incorporá-lo a Israel. O objetivo, segundo ele, é estabelecer um “perímetro de segurança” após o fim da guerra.
Informações divulgadas pela imprensa local indicam que a nova etapa da operação pode durar de quatro a cinco meses. O plano inclui ordens de evacuação, avanço de tropas com tanques e busca por integrantes do Hamas em diferentes pontos, incluindo áreas de refugiados.
O aumento das ações militares foi impulsionado pela divulgação de vídeos que mostram reféns israelenses em condições debilitadas. Em uma das gravações, um refém afirma estar “à beira da morte”; em outra, aparece cavando sua própria cova.
Na quinta-feira, em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro informou que a proposta recebeu apoio da maioria dos ministros por considerar que alternativas não assegurariam a derrota do Hamas nem o retorno dos reféns.
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