A operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que também impôs medidas cautelares ao ex-chefe do Executivo, agitou o cenário político brasileiro.
A representação das autoridades na residência de Bolsonaro e em endereços ligados ao PL, sigla do ex-presidente, decorreram das suspeitas de cometimento de crimes como: obstrução à Justiça, ataques à soberania nacional e coação no curso do processo. Além disso, as autoridades identificaram a possibilidade de fuga do país. US$ 14 mil e R$ 8 mil, em dinheiro vivo, foram apreendidos na casa de Bolsonaro, em Brasília.
Além da operação de busca e apreensão da PF, Bolsonaro precisa cumprir uma série de medidas cautelares impostas por Moraes. A decisão do ministro obriga o ex-presidente a utilizar tornozeleira eletrônica e terá que cumprir recolhimento domiciliar noturno, entre às 19h e 7h. Além disso, o ex-presidente também está proibido de utilizar redes sociais e se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros — e se aproximar de embaixadas. O ministro tomou as decisões após a representação da PF, que obteve parecer favorável do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet.
A respeito da operação contra Bolsonaro, um levantamento feito pelo instituto Genial/Quaest, divulgado no último sábado (19), apurou a percepção dos brasileiros nas redes sociais. Segundo a pesquisa, 59% das menções nas redes sociais, que foram monitoradas pelo instituto, acenaram positivamente para a ação. Enquanto isso, 41% saíram em defesa do ex-presidente e criticaram a operação da PF.
O estudo monitorou 1,3 milhões de menções que envolviam a operação da PF contra Bolsonaro, entre 0h e 17h da última sexta-feira (18). A Quaest identificou 418 mil autores únicos que tratavam sobre o assunto, com, em média, 72 mil comentários e 113 milhões de visualizações por hora. O instituto analisou postagens no Instagram, YouTube, Facebook, X, Reddit e Tumblr.
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Na maioria das postagens, que apoiavam a operação, os termos utilizados eram “Bolsonaro na cadeia” e “grande dia” — em referência a postagem do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quando comemorou a vitória de Donald Trump na disputa presidencial dos Estados Unidos. Já entre os críticos à operação e defensores do ex-presidente, 10% das postagens utilizavam termos como “ditadura” ou “censura”, além de menções a “abuso de poder” e em tom de crítica ao STF.
A Quaest também constatou um pico de engajamento nas redes entre a manhã e o início da tarde, em razão da decisão de Moraes. Por volta das 10h, o volume das postagens relacionadas à operação contra o ex-chefe do Executivo era superior a 150 mil. Comparando a média de buscas em junho, o nome de Jair Bolsonaro foi cinco vezes mais buscado no Google ao longo da última sexta. O termo “tornozeleira” também cresceu no número de buscas.
O levantamento também analisou interações em grupos de WhatsApp, Discord e Telegram. Entre essas redes, as críticas à Suprema Corte foram predominantes, concentrando 32% das mensagens. Em especial, as críticas eram direcionadas a Moraes, ministro-relator da ação penal que Bolsonaro responde no STF, por tentativa de golpe de Estado. (Especial para O Hoje)
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