O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta quarta-feira (15) que o Exército israelense “continua a matar civis” nas áreas onde ainda mantém operações na Faixa de Gaza, mesmo após o cessar-fogo. De acordo com o orgão, ao menos 15 palestinos foram mortos a tiros desde 10 de outubro nas zonas onde há presença de tropas israelenses.
ONU repudia ação
“Atacar civis que não participam diretamente das hostilidades constitui um crime de guerra, independentemente do local do incidente e da proximidade com a linha de mobilização acordada”, declarou o Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos Ocupados, em publicação na rede social X.
Gaza durante bombardeio em meio a guerra (Foto: Wikimedia Commons)
As forças de Israel ainda controlam cerca de 53% do território de Gaza, mesmo após o recuo determinado pelo acordo de trégua. Segundo o comunicado das forças israelenses, os militares atiraram contra civis que teriam cruzado a chamada Linha Amarela, região definida como limite da retirada israelense após o cessar-fogo.
Além das acusações da ONU, ainda nesta quarta-feira, os militares israelenses informaram que um dos quatro corpos entregues pelo Hamas na terça-feira (14) não pertence a nenhum refém israelense. “Após a conclusão dos exames no Instituto Nacional de Medicina Legal, o quarto corpo entregue a Israel pelo Hamas não corresponde a nenhum dos reféns”, afirmou o exército em comunicado, acrescentando que “o Hamas deve envidar todos os esforços necessários para devolver os reféns falecidos”.
O episódio ocorre em meio à execução do plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que determinava a devolução de todos os reféns, vivos ou mortos, até o fim do prazo de 72 horas, encerrado na última segunda-feira (13), na ocasião o grupo pediu um prazo maior para identificar os corpos.
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