O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos. A informação foi confirmada oficialmente pelo Vaticano nas primeiras horas da manhã. O líder da Igreja Católica estava internado desde fevereiro no hospital Gemelli, em Roma, por conta de um quadro de bronquite que evoluiu para uma pneumonia grave.
Francisco foi o 266º papa da história e o primeiro latino-americano a assumir o comando da Igreja. Sua morte encerra um pontificado de quase 12 anos, iniciado em março de 2013. O falecimento ocorreu às 7h35 no horário local (2h35 em Brasília), segundo nota oficial.
Imagem divulgada pelo Vaticano
Dias de internação, complicações e aparição final
A saúde do Papa se deteriorou rapidamente ao longo dos últimos dois meses. No início de fevereiro, ele passou a demonstrar dificuldades para respirar durante eventos públicos e chegou a interromper discursos. Foi hospitalizado em 14 de fevereiro, e logo depois, exames apontaram uma infecção polimicrobiana.
Em poucos dias, os médicos identificaram uma pneumonia bilateral — quadro mais grave, que compromete o funcionamento dos pulmões. Apesar da internação prolongada, Francisco insistia em manter algum nível de participação nas atividades da Igreja e chegou a aparecer no domingo (20), na sacada da Basílica de São Pedro, para uma breve bênção de Páscoa.
A última imagem pública do papa emocionou fiéis do mundo inteiro. Pálido e fraco, ele fez seu gesto final de conexão com os católicos, antes de falecer menos de 24 horas depois.
Última aparição pública do Papa Francisco, neste domingo (20/4) – Foto: TIZIANA FABI
A trajetória do Papa Francisco
Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, na capital da Argentina. Filho de imigrantes italianos, seguiu carreira religiosa na Companhia de Jesus, tornando-se o primeiro jesuíta a alcançar o papado. Sua eleição foi inesperada, resultado do conclave realizado após a inédita renúncia de Bento XVI.
Francisco ficou conhecido por uma abordagem mais próxima do povo. Recusou privilégios e se posicionou sobre temas até então evitados dentro da Igreja. Falava de pobreza, imigração, meio ambiente e combate à discriminação com frequência. Também promoveu reformas internas e combateu irregularidades financeiras no Vaticano.
Em comunicado, a Santa Sé lamentou a perda e ressaltou a dedicação do papa ao serviço da fé e da justiça: “Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso de Deus.”
Até o momento, o Vaticano não anunciou a programação oficial do funeral. A sucessão será definida em conclave nas próximas semanas, reunindo cardeais do mundo todo.
