Antes da retomada da sessão desta quinta-feira (11), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) comentaram, em tom de ironia, o voto do colega Luiz Fux. O magistrado havia apontado cerceamento de defesa no julgamento da chamada trama golpista.
Na quarta-feira (10), Fux acatou a preliminar das defesas que alegaram um document dump, termo usado para descrever a entrega tardia de grande volume de provas. Para ele, esse procedimento prejudicou a atuação dos advogados dos réus.
Nos bastidores, porém, integrantes da Corte observaram que o próprio voto de Fux citou trechos detalhados das provas do inquérito. Um ministro afirmou que Fux conseguiu analisar os documentos com apoio de sua equipe, o que teria contradito a tese de prejuízo às defesas. Outro integrante reforçou que, a seu ver, todos que buscaram acesso ao material puderam consultá-lo.
Apesar da divergência, o julgamento já conta com maioria formada pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete acusados. Até o momento, três ministros votaram pela condenação pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e crimes contra o patrimônio público. O placar parcial é de 3 a 1.
O processo segue em análise na Primeira Turma do STF, que ainda deve concluir os votos sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
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