Entre os dias 16 e 20 de julho, a varejista chinesa SHEIN vai abrir uma loja física temporária no Shopping Bougainville, em Goiânia. Essa será a primeira unidade da marca no Centro-Oeste. O espaço terá 700 m², com mais de 13 mil peças à venda. A organização estima que até 3 mil pessoas visitem a loja por dia.
O funcionamento será por agendamento, feito pela plataforma Sympla. Além das vendas, a empresa promete oferecer descontos de até 20%, brindes e ações promocionais. A estratégia visa aproximar o público e fortalecer a presença da marca no Brasil.
A chegada da SHEIN movimenta o setor varejista, mas também preocupa os comerciantes locais. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia, o cenário reacende debates sobre práticas comerciais consideradas injustas. O principal problema, segundo a entidade, é a diferença nas obrigações legais entre empresas estrangeiras e lojistas brasileiros.
Enquanto os comerciantes locais pagam impostos, encargos trabalhistas e seguem regras rígidas, muitos produtos importados chegam ao país sem esse mesmo controle. Isso gera desequilíbrio na concorrência. Além disso, os valores arrecadados com essas vendas costumam sair do Brasil, sem beneficiar a economia regional.
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Apesar das críticas, a instalação física da loja muda parte do cenário. Por estar operando em território nacional, a SHEIN deve cumprir a legislação brasileira. Isso inclui o recolhimento de tributos, o respeito ao Código de Defesa do Consumidor e a responsabilidade sobre eventuais irregularidades.
Além disso, a empresa ficará sujeita à fiscalização de órgãos como o Procon. Isso vale também para casos de venda de produtos falsificados ou uso indevido de marcas.
CDL vê oportunidade para comércio local reagir
Apesar dos riscos, a CDL também enxerga oportunidade. A presença da marca deve aumentar o fluxo de pessoas no shopping e em outras áreas comerciais da cidade. Por isso, lojistas locais podem aproveitar esse movimento para criar estratégias de vendas e atrair novos clientes.
Julho não é tradicionalmente um mês forte para o comércio. No entanto, o período de férias escolares pode ser explorado com promoções e experiências personalizadas. O comércio local, segundo a entidade, tem o diferencial do atendimento humanizado e da proximidade com o público — características que nem sempre estão presentes nas grandes redes internacionais.
A CDL Goiânia informou que continuará monitorando a operação da SHEIN na capital. A entidade pretende orientar os lojistas, divulgar informações relevantes e atuar na defesa da livre concorrência. O objetivo é garantir que os empreendedores locais continuem competitivos e preparados para os novos desafios do mercado.
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