O gabinete de segurança de Israel aprovou, nesta sexta-feira (8), um plano para assumir gradualmente o controle militar de Gaza. A decisão foi tomada após uma longa reunião de dez horas e marca uma mudança significativa na condução da guerra contra o Hamas. A proposta, apresentada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, desconsidera a posição das Forças de Defesa de Israel (FDI), que demonstraram resistência sobre a medida.
O plano é mais um passo na estratégia de intensificar a ofensiva militar, com o objetivo declarado de enfraquecer o Hamas e resgatar reféns israelenses ainda sob poder do grupo. Estima-se que cerca de 50 pessoas seguem em cativeiro, das quais 20 estariam vivas. O sequestro ocorreu durante os ataques de 7 de outubro de 2023, quando cerca de 250 pessoas foram capturadas.
De acordo com o gabinete de Netanyahu, as tropas israelenses vão se preparar para assumir o controle da cidade, enquanto distribuem ajuda humanitária às áreas civis fora das zonas de conflito. Atualmente, as FDI controlam cerca de 75% da Faixa de Gaza, com foco nas regiões costeiras entre a Cidade de Gaza e Khan Younis.
A iniciativa surge em meio à estagnação nas negociações por cessar-fogo e liberação de reféns. Netanyahu havia sinalizado a intenção em entrevista recente e enfrenta pressão de aliados da extrema-direita para expandir a presença militar israelense no território.
A decisão, no entanto, gerou reações internacionais. O chanceler alemão Friedrich Merz anunciou que a Alemanha suspenderá temporariamente a aprovação de exportações militares que possam ser utilizadas na Faixa de Gaza. Embora reconheça o direito de Israel de se defender e libertar os reféns, Merz afirmou que a escalada militar compromete as chances de atingir esses objetivos e agrava o sofrimento civil.
Com a forte reação internacional Netanyahu suavizou o discurso dizendo que não tomaria Gaza mas libertaria a cidade do Hamas. “Gaza será desmilitarizada e uma administração civil pacífica será estabelecida, uma que não seja a Autoridade Palestina, nem o Hamas, nem qualquer outra organização terrorista”, declarou.
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