O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviou uma carta ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em que defende uma política fiscal que, a partir da revisão de isenções fiscais ineficientes, seja fundamentada na mobilização de receitas internas. O chefe da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também defendeu a tributação progressiva da riqueza.
Carta de Haddad
A carta foi apresentada pela secretária de Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito, na reunião anual do FMI e do Banco Mundial, em Washington. O documento propõe uma reforma tributária progressiva internacional. O ministro também ressaltou que a “nova globalização” seja guiada por critérios socioambientais. Segundo Haddad, a carta é a síntese da visão brasileira a respeito da taxação dos super-ricos. “Agora é a hora de os super-ricos pagarem sua parte justa de impostos”, diz um trecho do documento.
“O sistema tributário global continua inadequado, permitindo uma concentração de riqueza sem precedentes e facilitando a evasão e a elisão fiscais em larga escala”, afirma Haddad na carta.
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Ministro não participou da reunião anual do FMI e enviou uma carta, lida pela representante do Ministério da Fazenda no evento | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O documento destaca que a desigualdade e a evasão fiscal são falhas estruturais da economia global responsáveis pela ameaça à estabilidade econômica e harmonia social. Haddad diz no texto que o atual sistema é “inadequado” e autor da “concentração de riqueza sem precedentes”.