O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) oficializa, nesta segunda-feira (15), a nomeação de 279 aprovados na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) para o cargo de analista de infraestrutura. A portaria publicada no Diário Oficial da União traz a lista de nomes, especialidades e classificações dos candidatos.
Os novos servidores vão atuar diretamente no ministério, em áreas estratégicas de planejamento, coordenação e fiscalização de grandes projetos. A carreira de analista de infraestrutura envolve funções ligadas a obras e empreendimentos de grande porte, com foco em setores como transportes, energia, saneamento, comunicações e desenvolvimento urbano e regional.
Especialidades contempladas
As vagas foram distribuídas em diferentes áreas de formação, entre elas arquitetura, engenharia civil, engenharia elétrica, eletrônica, telecomunicações, energia e geociências. O objetivo é fortalecer o corpo técnico da União para atender demandas de projetos de infraestrutura pública em todo o país.
Segundo o MGI, a lotação ocorrerá em Brasília, mas os profissionais deverão acompanhar a execução de políticas e obras em diversos órgãos federais. A categoria foi criada justamente para dar suporte técnico à formulação e acompanhamento de projetos de infraestrutura de interesse nacional.
Procedimentos de posse
Após a publicação do ato de nomeação, os candidatos precisam apresentar a documentação obrigatória pelo aplicativo SouGov.br, voltado a servidores públicos federais, aposentados e pensionistas. A plataforma exige que o usuário tenha, no mínimo, o selo prata de segurança.
Além disso, é necessário realizar os exames médicos listados na portaria, que servirão para a emissão do Atestado de Aptidão Física e Mental, documento indispensável para a posse no cargo. Todas as orientações estão disponíveis no Manual do Ingressante, elaborado para os aprovados na primeira edição do CNU, popularmente conhecido como “Enem dos Concursos”.
Outras nomeações
Na semana passada, o ministério já havia nomeado 182 candidatos aprovados para o cargo de analista em tecnologia da informação. Esses profissionais atuarão nos órgãos do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (Sisp), reforçando o quadro técnico voltado à transformação digital do Estado.
Com as nomeações em sequência, o governo avança no processo de renovação do funcionalismo público federal, que registrou perdas expressivas de pessoal nos últimos anos.
Perspectivas de novos concursos
A ministra da Gestão, Esther Dweck, afirma que a previsão é de mais de 20 mil novas contratações até o fim do atual governo. Segundo ela, a entrada de servidores mais jovens e experientes ao mesmo tempo contribui para equilibrar o perfil do funcionalismo, cuja média etária é elevada.
Dweck lembra que, nos próximos dez anos, cerca de 180 mil servidores federais devem se aposentar, o que reforça a necessidade de concursos. “Estamos em um processo de renovação. As contratações atuais trazem pessoas de 30 a 40 anos, que já acumularam experiência profissional no setor público ou privado e chegam para fortalecer a máquina pública”, destaca.
Nomeações integram estratégia do governo para renovar o funcionalismo
Ano eleitoral e restrições
Com relação a 2026, ano de eleições, a ministra antecipa que o número de autorizações para novos concursos tende a ser reduzido. O foco estará na nomeação dos concursos já realizados e na convocação de parte do cadastro de reserva. A expectativa é que esses chamamentos ocorram até o meio do ano.
Ela também reconhece que praticamente todas as áreas da administração enfrentam carência de pessoal. “Foram muitos anos sem concursos. A transformação digital reduz a necessidade de grandes quantitativos, mas ainda há uma demanda significativa de novos servidores”, afirma.
Reformas em andamento
O MGI também conduz mudanças na estrutura das carreiras federais. Uma das medidas foi a ampliação da progressão funcional, que passou de 20 níveis em apenas 30% das carreiras para 86% do total. A ideia é alongar a trajetória profissional, evitando grandes saltos salariais no início da carreira e estimulando a progressão ao longo do tempo.
Outro ponto em discussão é a reforma administrativa, que busca combater privilégios e os chamados supersalários. Dweck explica que há convergência entre Executivo e Legislativo para enfrentar o tema, mas ressalta que uma mudança mais ampla dependerá de consenso entre os Três Poderes.
Diversidade e inclusão
O governo também adota medidas de ação afirmativa para ampliar a diversidade no serviço público. No último CNU, houve a preocupação em garantir cotas raciais e ampliar a presença de mulheres. Para a próxima edição, foi implementada a regra de equiparação de gênero na segunda fase do concurso, com o objetivo de aumentar a participação feminina, especialmente em áreas como tecnologia da informação, onde a presença de mulheres ainda é baixa.
Com a nomeação dos analistas de infraestrutura, o Executivo busca reduzir o déficit de pessoal em áreas estratégicas. Entre 2016 e 2025, houve uma perda de mais de 76 mil servidores. Embora parte dessas vagas não deva ser recomposta por causa da digitalização de serviços, o governo considera essencial reforçar quadros técnicos de engenharia e planejamento para dar andamento às políticas públicas.
A expectativa do ministério é que os novos servidores iniciem a posse ainda em 2025, após cumprirem todas as etapas de documentação e exames. A chegada desse grupo marca mais um passo do processo de modernização e recomposição do serviço público federal.
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