A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou neste sábado (8) que o governo federal está tomando providências para liberar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos moradores do interior do Paraná atingidos pelo tornado que devastou a região na sexta-feira (7). A declaração foi feita durante visita a Rio Bonito do Iguaçu (PR), o município mais afetado pelo fenômeno climático.
Acompanhada do ministro interino da Saúde, Adriano Massuda, Gleisi sobrevoou as áreas destruídas e se reuniu com autoridades locais. Segundo a ministra, o governo federal pretende adotar uma série de medidas emergenciais para atender as vítimas, incluindo a possibilidade de antecipação de benefícios do INSS e o reconhecimento do estado de calamidade pública.
Ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann
Governo federal atua em medidas emergenciais
Durante a visita, Gleisi Hoffmann afirmou que já conversou com o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, sobre a liberação do FGTS para os trabalhadores da região. “Nosso pessoal do INSS também está tomando providências no sentido de auxiliar os beneficiários e também novos benefícios”, disse a ministra.
O Ministério da Previdência Social confirmou, também neste sábado (8), que os beneficiários do INSS que residem em Rio Bonito do Iguaçu poderão solicitar a antecipação de sua renda mensal. De acordo com a pasta, equipes do instituto serão enviadas ao local para orientar a população e prestar atendimento presencial.
“O objetivo é garantir que as pessoas que tiveram perdas significativas possam ter acesso rápido aos seus recursos”, informou o ministério em nota oficial. O comunicado destacou ainda que eventos climáticos extremos têm atingido com mais força populações em situação de vulnerabilidade social, exigindo respostas imediatas do poder público.
Tornado causou destruição em Rio Bonito do Iguaçu
O tornado que atingiu o centro do Paraná deixou um rastro de destruição em diversos municípios, com Rio Bonito do Iguaçu sendo o mais afetado. Segundo informações da Defesa Civil estadual, 90% das edificações da cidade foram danificadas pela forte ventania, que também provocou a morte de pelo menos seis pessoas e deixou mais de 700 feridos.
Equipes de resgate e voluntários trabalham desde sexta-feira (7) na busca por desaparecidos e no atendimento às vítimas. A Defesa Civil informou que o número de desabrigados ainda está sendo contabilizado, mas centenas de famílias precisaram deixar suas casas por causa dos estragos.
A ministra Gleisi Hoffmann destacou que o governo federal vai reconhecer imediatamente o estado de calamidade pública. “Nós sobrevoamos e, de fato, eu não me lembro de ter tido um desastre natural dessa dimensão no estado do Paraná. Muito triste”, afirmou.
O reconhecimento da calamidade foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União neste sábado (8), após pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O decreto permite a liberação de recursos federais para assistência humanitária, reconstrução de moradias e recuperação de infraestrutura básica.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, a Defesa Civil Nacional está mobilizada para enviar equipes técnicas ao estado e avaliar os danos estruturais. O órgão também trabalha na liberação de recursos emergenciais para compra de cestas básicas, colchões, lonas e materiais de primeira necessidade.
As autoridades locais ainda avaliam o impacto total do tornado, que destruiu casas, escolas e unidades de saúde. A prefeitura de Rio Bonito do Iguaçu decretou situação de emergência logo após o desastre e montou centros de acolhimento em ginásios e igrejas para abrigar famílias desalojadas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que o fenômeno foi causado por uma combinação de instabilidades atmosféricas e alta umidade, resultando em ventos que ultrapassaram 120 km/h. O órgão mantém alerta para novas tempestades na região sul do país nos próximos dias.
