O governo da Bulgária caiu na quinta-feira (11), quando o primeiro-ministro Rosen Zhelyazkov anunciou sua renúncia em pronunciamento televisionado, minutos antes da votação de uma moção de censura no Parlamento. A decisão veio após semanas de protestos contra a política econômica e críticas ao combate à corrupção, num ambiente de crescente desgaste político às vésperas da entrada do país na zona do euro em 1º de janeiro.
Os atos contra o governo reuniram principalmente jovens que defendem maior integração europeia e veem na mudança monetária uma oportunidade de modernização. Apesar da perspectiva de avanço, a Bulgária segue como o membro mais pobre da União Europeia, que integrou em 2007, e enfrenta índices persistentes de corrupção.
Governo em transição
Ao anunciar a decisão, Zhelyazkov afirmou que sua coalizão avaliou os desafios e concluiu que o protesto expressava rejeição à “arrogância e à presunção”. Ele disse que as manifestações não confrontavam políticas específicas, mas atitudes, unindo “diferentes segmentos da sociedade búlgara”. Na semana anterior, o governo havia retirado o projeto orçamentário de 2026, o primeiro elaborado em euros, após críticas a propostas de aumento das contribuições sociais e impostos sobre dividendos. Mesmo com o recuo, os protestos continuaram.
Para Asen Vassilev, líder do Continue a Mudança – Bulgária Democrática, responsável pela moção de censura, a renúncia é o primeiro passo para que o país avance como democracia europeia e “se torne um país europeu normal”. Ele defendeu eleições justas e livres, criticando suposta manipulação no pleito anterior.
Rumen Radev (Foto: Reprodução/ @PresidentOfBg)
O presidente Rumen Radev consultará os partidos para tentar formar um novo governo. Caso fracassem, como é considerado provável, ele deverá nomear um gabinete interino até a convocação de novas eleições. Já Boyko Borissov, líder do GERB e integrante da coalizão anterior, defendeu sua gestão, citando a entrada do país na zona Schengen e os preparativos para o euro. Ele afirmou que seu grupo atuará como “uma oposição forte; trabalharemos para vencer as eleições”.








