Referência no tratamento do câncer em Goiás e em toda a região Centro-Oeste, o Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), mantido pela Associação de Combate ao Câncer em Goiás (Accg), completa em 2025 quase seis décadas de atuação ininterrupta.
Fundado em 1967, o hospital é o único Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) no estado habilitado pelo Ministério da Saúde e também o único credenciado para atendimento oncológico pediátrico até este ano. De caráter filantrópico, a unidade realiza mais de 1 milhão de procedimentos anualmente, dos quais 87,9% são voltados para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com ênfase na excelência e no cuidado humanizado, o HAJ atende cerca de 75 mil pacientes por ano. Em 2024, o hospital contabilizou mais de 184 mil consultas ambulatoriais, 112 mil aplicações de quimioterapia, 253 mil sessões de radioterapia e quase 12 mil cirurgias.
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A instituição figura entre os cinco hospitais do país que mais realizam cirurgias oncológicas pelo SUS, segundo a Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer (Abificc). Além disso, realiza cerca de 300 mil exames laboratoriais e de imagem por ano, consolidando sua atuação integral na linha de cuidado oncológica.
Administrado pela Accg, entidade sem fins lucrativos fundada em 1956, o hospital é sustentado por recursos próprios, doações, repasses públicos e convênios. A Associação é certificada como Entidade Beneficente de Assistência Social na Área da Saúde (Cebas-Saúde) e é filiada à Abificc. Além da sede em Goiânia, a instituição mantém a Unidade Oncológica de Anápolis e o Instituto de Ensino e Pesquisa, que forma profissionais e desenvolve estudos científicos na área da oncologia.
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Em nota exclusiva enviada ao jornal O HOJE, o Hospital Araújo Jorge reforçou que “é um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, habilitado pelo Ministério da Saúde para o atendimento em oncologia pediátrica. Há mais de 40 anos, a instituição é referência no cuidado de crianças e adolescentes com câncer em todo o Estado de Goiás.”
Segundo o hospital, “o atendimento a esse público segue normalmente, sem qualquer interrupção ou alteração”. “Estamos em fase de construção de leitos de UTI pediátrica, o que ampliará ainda mais nossa capacidade assistencial especializada.”
Estrutura pressionada por alta demanda e subfinanciamento
Apesar da excelência nos serviços prestados, o Hospital Araújo Jorge enfrenta dificuldades estruturais e financeiras típicas das instituições filantrópicas. O subfinanciamento crônico da saúde pública compromete a capacidade de resposta diante da alta demanda de pacientes que vêm não só de Goiás, mas também de Estados vizinhos como Tocantins, Pará e Mato Grosso.
Em abril deste ano, o hospital precisou suspender temporariamente o atendimento a novos pacientes para sessões de radioterapia. O motivo foi uma falha técnica em um dos aceleradores lineares, fundamentais no tratamento de diversos tipos de câncer. A direção do hospital informou que o processo de substituição do equipamento já está em andamento, mas depende de trâmites burocráticos e disponibilidade orçamentária junto ao Ministério da Saúde.
Humanização, ensino e pesquisa como pilares de atuação
Mais do que um centro de atendimento médico, o Araújo Jorge se tornou símbolo de cuidado integral. A instituição se apoia em valores como humanização, equidade, inovação e sustentabilidade. Esses princípios norteiam a atuação das equipes multidisciplinares, que incluem médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e assistentes sociais.
Outro diferencial do hospital é a promoção contínua do ensino e da pesquisa. O Instituto de Ensino e Pesquisa da Accg oferece cursos, treinamentos e fomenta estudos científicos que visam aprimorar os protocolos de tratamento oncológico. Isso garante atualização constante da equipe técnica e contribui para o avanço da oncologia no Brasil.
O reconhecimento da sociedade civil também é parte fundamental da história do HAJ. Campanhas de arrecadação, eventos beneficentes e doações regulares ajudam a manter o funcionamento da instituição. O engajamento da população reflete o vínculo afetivo criado ao longo de gerações entre o hospital e as famílias que já passaram por seus corredores. O trabalho voluntário e as parcerias com empresas privadas também exercem papel relevante na sustentabilidade do projeto
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