Bruno Goulart
O deputado federal Adriano do Baldy (PP) negou, em entrevista ao O HOJE, que o presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Alexandre Baldy, esteja deixando a presidência estadual do PP para migrar ao Republicanos e concorrer ao Senado em 2026. A informação, que circulava nos bastidores políticos, ganhou força devido à formatação da chapa majoritária em Goiás, que já reserva as duas vagas ao Senado para aliados do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do pré-candidato ao governo, Daniel Vilela (MDB).
“Não existe nenhuma tratativa para que Alexandre saia do partido. Ele não perde o comando em Goiás. O PP continuará com fundo partidário e estrutura sólida”, afirmou Adriano do Baldy, reforçando que Alexandre segue como pré-candidato ao Senado pelo partido. “Temos um projeto, e Alexandre é o mais preparado. Sou apoiador dele”, destacou o parlamentar.
A secretária de governo do prefeito Sandro Mabel (UB), Sabrina Garcez (Republicanos), também negou ao O HOJE a informação. Segundo ela, desconhece a especulação, mas que admira o perfil de Alexandre do Baldy. “Seria uma honra tê-lo em nosso quadro de filiados”, disse a secretária.
Disputa por vagas no Senado
A especulação sobre uma possível mudança de Alexandre do Baldy surgiu porque as duas vagas ao Senado na chapa de Daniel Vilela (MDB) já estão praticamente definidas: uma será ocupada pela primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado (UB), e a outra por um nome do PL goiano, possivelmente o vereador de Goiânia Major Vitor Hugo (PL), que tem proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Com o espaço fechado na aliança oficial, rumores sugeriam que Alexandre buscaria o Republicanos para viabilizar sua candidatura.
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No entanto, Adriano do Baldy rebateu a versão e afirmou que o PP não abrirá mão de disputar uma vaga no Senado com seu próprio nome. “Vamos lutar por ela. O PP foi o único partido em Goiás que se manteve firme, com dois deputados federais, três estaduais e 27 prefeitos. Temos força para isso”, disse.
Federação PP e União Brasil deve ser oficializada nesta terça (29)
Enquanto o PP busca consolidar sua estratégia eleitoral em Goiás, a federação nacional entre o partido e o União Brasil deve ser oficializada nesta terça-feira (29), ampliando o poder de fogo do bloco no Congresso. A aliança, que já enfrentou resistências internas no União Brasil, formará a maior bancada da Câmara, com 108 deputados, superando o PL (90) e a federação PT-PCdoB-PV (80).
Apesar dos impasses iniciais, como a disputa pelo comando da federação – inicialmente cogitado para Arthur Lira (PP-AL) e depois negociado em um conselho com os presidentes das duas legendas –, o acordo foi viabilizado com a promessa de apoio à pré-candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência em 2026. O governador de Goiás, que inicialmente resistiu à união, terá que alcançar pelo menos 10% nas pesquisas até meados de 2025 para se consolidar como nome oficial da chapa.
PP mantém aliança com Caiado, mas reafirma autonomia
À reportagem, Adriano do Baldy ressaltou que o PP continua alinhado com Caiado e Vilela, mas destacou que o partido tem sua própria agenda. “Estamos juntos com o governador e o vice, mas o PP tem suas demandas e candidaturas”, afirmou. A declaração reforça a estratégia de manter a base aliada sem abrir mão de espaços próprios.
Enquanto isso, a federação com o União Brasil deve injetar recursos bilionários na campanha de 2026, com acesso privilegiado ao fundo eleitoral. Se estivesse em vigor em 2024, a aliança teria recebido cerca de R$ 953 milhões, quase um quinto do total disponível – R$ 4,9 bilhões.