O presidente Lula (PT) criticou, neste domingo (8), durante o Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco, a redução da assistência financeira dos países ricos para apoiar o desenvolvimento sustentável em nações mais pobres. Ele comparou a queda de 7% na Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) em 2024 ao crescimento de 9,4% nos gastos militares no mesmo período, e afirmou que “não falta dinheiro, mas sim vontade política”.
Segundo ele, o oceano é essencial à regulação climática, à comunicação global e ao comércio internacional, mas continua subfinanciado — o déficit para cumprir o ODS 14, voltado à preservação marinha, é de US$ 150 bilhões ao ano.
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Lula cobrou ainda medidas concretas da comunidade internacional para enfrentar a poluição por plásticos e a perda de biodiversidade nos mares. Ele também defendeu a criação de metas mais ambiciosas de descarbonização da navegação, alertando para o papel central dos oceanos na economia global — que geram cerca de US$ 2,6 trilhões por ano.
O presidente destacou que os países em desenvolvimento são os que mais dependem da chamada economia azul e, ao mesmo tempo, os mais vulneráveis à elevação do nível do mar e eventos climáticos extremos.
A participação de Lula ocorre em meio à preparação para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro. Na ocasião, o presidente também apresentou iniciativas nacionais voltadas à economia azul, como o Bolsa Verde, investimentos do BNDES e projetos de descarbonização da frota naval.