Uma fábrica clandestina de compressas de gaze hospitalar foi fechada nesta terça-feira (4) em Goiânia durante uma operação da Polícia Civil, por meio da Central de Flagrantes. O local funcionava de forma irregular dentro de uma torneadora, na Avenida do Povo, no Setor Vila Mutirão. Na ação, os policiais encontraram máquinas de corte e dobra de gaze, além de caixas com compressas já embaladas manualmente — sem qualquer controle sanitário ou garantia de esterilização, exigidos para produtos usados em procedimentos médicos.
Além disso, as equipes apreenderam embalagens com nome e CNPJ de uma empresa de São Paulo, o que indica falsificação de procedência e uso indevido de dados empresariais para dar aparência de legalidade ao material. Segundo a Polícia Civil, essa prática fazia com que clínicas acreditassem estar adquirindo produtos certificados.
Fábrica e material sem registro era vendido a clínicas
Durante a fiscalização, foram localizadas notas fiscais e documentos que comprovam a venda das compressas para clínicas e estabelecimentos de saúde de Goiânia. A descoberta agrava o caso, já que produtos hospitalares sem esterilização adequada podem causar infecções, contaminações graves e complicações pós-operatórias.
“Esse é um material que vai direto para ferimentos, incisões e curativos. Sem certificação da Anvisa, o risco à saúde do paciente é imediato e grave”, explicou um dos agentes envolvidos na operação.
Os policiais também relataram que o ambiente da fabricação não atendia às normas sanitárias mínimas, não possuía condições adequadas de higiene e funcionava sem fiscalização ou licença.
Investigação e responsabilização dos envolvido
A responsável administrativa pelo local foi identificada e será ouvida pela Polícia Civil. O proprietário da fábrica não estava presente no momento da operação, mas será intimado. Ambos poderão responder por crimes previstos no artigo 273 do Código Penal — que trata da produção e venda de produtos medicinais sem registro sanitário — e pela Lei 8.137/1990, referente a crimes contra as relações de consumo.
A Polícia Civil afirmou que continuará a investigação para identificar eventuais compradores, mapear a rede de distribuição e verificar se o material chegou a ser utilizado em atendimentos. Também será apurado se outras fábricas irregulares fazem parte do mesmo esquema.
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