Com a chegada das confraternizações de fim de ano e a ceia o aumento do consumo de alimentos calóricos e bebidas alcoólicas acende um alerta para a saúde. A princípio, o clima festivo costuma levar à ideia de que os excessos ficam restritos a uma única noite. No entanto, segundo especialistas, o organismo reage de forma imediata à sobrecarga alimentar.
De acordo com a nutricionista da Hapvida, Stephany Rangel, a ingestão elevada de álcool, açúcar, gordura e sódio em curto espaço de tempo pode provocar diferentes sintomas. Entre eles estão inchaço, azia, refluxo, dor de cabeça, alterações da glicemia e da pressão arterial. Além disso, pode ocorrer piora nos níveis de colesterol, sobretudo em pessoas que já convivem com essas condições. Ou seja, o impacto não se limita apenas ao desconforto momentâneo.
Dados do Ministério da Saúde indicam que 10,2% da população brasileira vive com diabetes. Já a hipertensão atinge 24,5% dos adultos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, quatro em cada dez brasileiros apresentam colesterol elevado. Sendo assim, o período das festas exige atenção redobrada para uma parcela significativa da população.
Ceia farta, corpo sobrecarregado: cuidados após os excessos das festas. Foto: Divulgação
Alimentos e bebidas mais associados aos excessos
Segundo a nutricionista, o álcool aparece como um dos principais fatores associados aos exageros da ceia, especialmente quando combinado a outros alimentos. Refrigerantes, carnes processadas, pratos ricos em gordura, farofas com bacon e linguiça e sobremesas com alto teor de açúcar também contribuem para a sobrecarga do organismo. Dessa forma, o estômago trabalha além do habitual, ocorre retenção de líquidos, o intestino pode desregular e o sono tende a ser prejudicado. Como resultado, muitas pessoas acordam mais cansadas no dia seguinte.
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Um comportamento comum nesse período é tentar compensar os excessos passando o dia em jejum antes da ceia. Contudo, essa prática não é recomendada. Conforme explica a especialista, ficar longos períodos sem comer aumenta a fome e favorece exageros posteriores. Portanto, o ideal é manter refeições leves ao longo do dia e reforçar a hidratação. Assim, o controle do apetite se torna mais eficiente.
Alimentação, álcool e saúde: os efeitos dos exageros nas festas de fim de ano. Foto: Divulgação
Cuidados no dia seguinte e atenção a grupos de risco na ceia
No dia seguinte às confraternizações e a ceia, a recomendação é evitar medidas extremas. Dietas restritivas, jejuns prolongados e fórmulas detox não apresentam respaldo científico. O mais indicado é retomar uma alimentação equilibrada, com maior consumo de água, legumes, verduras, frutas e proteínas magras. Ao mesmo tempo, deve-se reduzir o consumo de álcool, refrigerantes e sobremesas.
Para pessoas com doenças crônicas, os cuidados devem ser ainda mais específicos. Diabéticos, por exemplo, devem priorizar proteínas e fibras antes dos carboidratos, a fim de evitar picos glicêmicos. Hipertensos precisam moderar o consumo de alimentos ricos em sódio e manter boa hidratação. Já quem apresenta dislipidemia deve optar por preparações com menos gordura e utilizar fontes lipídicas mais adequadas, como o azeite.
A orientação geral, segundo a especialista, é que nenhum alimento precisa ser excluído. No entanto, o consumo consciente faz diferença. Comer devagar, controlar porções e valorizar o convívio social, e não apenas a comida, contribuem para reduzir os impactos dos excessos típicos das festas de fim de ano.








