O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), em Brasília. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu mandados de busca e apreensão, além da imposição de medidas cautelares. Entre elas, estão o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher noturno e a proibição de uso das redes sociais.
Agentes da PF cumpriram os mandados na residência de Bolsonaro, localizada no bairro Jardim Botânico, e também na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília. A defesa do ex-presidente confirmou a operação e o cumprimento das ordens judiciais.
De acordo com a decisão do STF, Bolsonaro está proibido de sair de casa entre 19h e 7h, de se aproximar de embaixadas e de manter contato com embaixadores, diplomatas estrangeiros, outros réus e investigados. Na mesma medida, o ministro Alexandre de Moraes determinou ainda que o ex-presidente não poderá usar suas redes sociais nem manter comunicação com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está atualmente nos Estados Unidos.
Moraes proíbe Jair Bolsonaro de falar com filho Eduardo
Segundo fontes ligadas ao processo, Bolsonaro foi conduzido à sede da Polícia Federal para a instalação da tornozeleira eletrônica. A medida foi cumprida logo após a chegada dos agentes à sua residência.
Em nota oficial, a PF informou: “A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (18/7), em Brasília, dois mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da PET n.º 14129.”
Operação acontece em meio a investigação sobre tentativa de golpe
As medidas cautelares foram impostas no contexto das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal. De acordo com os autos, há indícios de que, após a derrota nas eleições de 2022, Bolsonaro teria se articulado com aliados civis e militares para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fontes próximas ao STF relataram que a Corte também avaliou informações sobre uma possível tentativa do ex-presidente de deixar o país e buscar asilo no exterior. Uma das hipóteses analisadas seria um eventual pedido de refúgio político ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os investigadores decidiram cumprir os mandados de busca e as medidas restritivas para garantir o andamento das apurações e evitar possíveis interferências externas. A PF não informou quantos agentes participaram da operação nem detalhou os materiais apreendidos até o momento.
A medida ocorre enquanto o STF analisa um conjunto de provas que apontariam a participação ativa de Bolsonaro nas tratativas para deslegitimar o resultado das eleições e impedir a posse de Lula. Os inquéritos seguem sob sigilo parcial, mas já resultaram em medidas contra militares, ex-ministros e aliados próximos do ex-presidente.
Até o momento, a defesa de Jair Bolsonaro não divulgou nota pública, mas deve apresentar recursos ao Supremo. O Partido Liberal também não se manifestou oficialmente sobre os mandados de hoje.
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