O governo dos Estados Unidos entrou nesta terça-feira (21) no 21° dia de paralisação, sem perspectivas de acordo entre democratas e republicanos. O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse à rede norte-americana CNBC que espera que o shutdown termine “em algum momento desta semana”. Contudo, caso a paralisação se prolongue, o governo avaliará medidas adicionais “mais fortes” de corte de custos.
Impactos da paralisação
Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos foram colocados em licença, enquanto funcionários de serviços essenciais podem ter salários suspensos. No 20° dia do shutdown, os trabalhadores do Senado deixaram de receber salários referentes à primeira quinzena de outubro. Segundo Ted Ruckner, chefe do escritório de pagamentos da casa legislativa, a remuneração será restabelecida apenas no terceiro dia útil após o fim da paralisação. Senadores e deputados, porém, seguem recebendo normalmente, já que seus salários são garantidos pela Constituição dos EUA e pagos pelo Tesouro.
A Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) também começa a ser afetada. O porta-voz do Departamento de Energia, Ben Dietderich, afirmou à rede CNN na sexta-feira, que a agência suspenderá temporariamente o contrato de 1.400 funcionários federais, mantendo menos de 400 para a manutenção das armas nucleares enquanto a paralisação continuar. O legislador republicano Mike Rogers alertou que o órgão está “prestes a esgotar os fundos de emergência que estava utilizando”.
Sede da Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA (Foto: Divulgação/ NNSA)
Impasse que levou ao shutdown
O shutdown ocorre porque o Congresso não aprovou o orçamento federal necessário para financiar o governo, cujo prazo terminou em 30 de setembro. O motivo central do impasse é a exigência dos democratas de manter recursos para o programa Obamacare, que subsidia planos de saúde para milhões de norte-americanos. Sem a renovação desses fundos, famílias de baixa renda poderão enfrentar custos mais altos nos planos. Trump e aliados republicanos querem discutir o tema mais adiante, enquanto os líderes da Câmara acusam o partido adversário de “fazer política” com a paralisação.